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03/08/2020 às 07:35, Atualizado em 02/08/2020 às 19:36

Preso droga na Espanha, sargento segue na FAB e recebe salário

Apesar de estar detido e sem trabalhar desde junho de 2019, o militar recebe brutos R$ 8,1 mil mensais

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Divulgação

Preso na Espanha há um ano e um mês e condenado por tráfico de 39 kg de cocaína, o segundo sargento da FAB (Força Aérea Brasileira) Manoel Silva Rodrigues segue na ativa da instituição recebendo salário em dia.

As informações foram divulgadas pelo Portal UOL. No Brasil, ele é réu por tráfico de drogas com valor estimado em R$ 6,3 milhões segundo o Ministério Público Militar.

Apesar de estar detido e sem trabalhar desde junho de 2019, o militar recebe brutos R$ 8,1 mil mensais, incluindo verbas indenizatórias. Em novembro, o valor bruto chegou a R$ 14,5 mil, devido à gratificação natalina. Ao longo de todo esse período, seus salários somaram cerca de R$ 97,5 mil. Segundo informações apuradas junto à Justiça Militar, no processo em que ele é réu, não houve pedido de bloqueio.

Os pagamentos dizem respeito à questão administrativa da FAB. Segundo a FAB, Rodrigues foi notificado da abertura do processo de exclusão. Mas para ser desligado administrativamente é necessário o trânsito em julgado (quando não cabe recurso) do processo judicial, que embasa o processo interno, segundo informou a FAB.

Além do processo que responde na Espanha, há uma acusação na Justiça Militar.

Ainda segundo o site, a prisão de Rodrigues aconteceu em junho de 2019, durante viagem de Jair Bolsonaro (sem partido) à cúpula do G20.

A cocaína estava na bagagem do sargento que voou em uma aeronave de apoio da comitiva presidencial.

O sargento integrava uma equipe de 21 militares que prestava apoio à comitiva que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na reunião do G-20, no Japão. A droga foi encontrada pela Guarda Civil da Espanha ao vistoriar a bagagem dele no aeroporto de Sevilha (Espanha).

À época, Bolsonaro disse que o sargento pagaria um preço alto pelo ocorrido e que "se fosse na Indonésia, pegaria pena de morte". E o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) o classificou como "uma mula qualificada", termo utilizado para designar quem faz transporte de droga.

O advogado do sargento, Eric Furtado, do escritório Furtado e Jaime, não quis se manifestar.

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