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09/07/2019 às 10:00, Atualizado em 09/07/2019 às 00:35

Polícia investiga se fazendeiro cedeu propriedade para acomodar PCC

Segundo relatório da delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelo inquérito, não é descartado que a fazenda de Nelson tenha sido usada como sede de apoio à facção para execução do crime na data dos fatos.

A Polícia Civil investiga se o fazendeiro Nelson Vicente Palchetti Júnior cedeu sua propriedade rural para acomodar criminosos do PCC (Primeiro Comando da Capital) envolvidos com roubo de avião ocorrido em Paranaíba, no dia 18 de junho.

A suspeita é de que ele, o piloto supostamente sequestrado Edmur Guimara Bernardes, e Idevan Silva de Oliveira, funcionário do hangar onde estava a aeronave, tenham agido em conjunto para facilitar o roubo. Segundo o site Midiamax, a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) cuida do caso.

Segundo relatório da delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelo inquérito, não é descartado que a fazenda de Nelson tenha sido usada como sede de apoio à facção para execução do crime na data dos fatos, conforme dados de áudio fornecidos pela Polícia Nacional do Paraguai.

Além disso, há histórico de envolvimento do trio em outros crimes, o que reforça a tese. Nelson é dono de um hangar e de uma bomba no aeroporto, onde comercializava combustível ilegal no local, com apoio de Idevan, que seria o responsável pela distribuição, conforme testemunhas.

Em contrapartida, Edmur e Nelson já foram presos por envolvimento com o tráfico de drogas. Os três foram presos pela Deco, mas Edmur e Idevan foram beneficiados com a revogação da prisão temporária neste final de semana. A defesa contesta as acusações de que tiveram participação no plano de roubo.

O Plano

Conforme noticiado, o roubo é tratado como suposto plano de falso sequestro de Edmur. A ação teria como pano de fundo o roubo de mais três aeronaves que custaria R$ 1 milhão de logística desenvolvida por membros do PCC. As investigações paraguaias em conjunto com a investigação do lado brasileiro apontaram para o plano que estava sendo desenvolvido.

Edmur teria sido sequestrado no dia 18, em casa, e levado pelos suspeitos até o aeroporto de Paranaíba. Idevan relatou à polícia que os bandidos estavam armados e exigiram um determinado avião, que foi roubado e levado com o piloto, enquanto ele teria sido deixado amarrado.

Após mais de 30 horas o piloto foi encontrado em Cáceres, no Mato Grosso, e alegou que foi sequestrado e obrigado a seguir para a Bolívia e Paraguai, onde os supostos sequestradores resgatariam um membro do PCC. Ele ainda contou que fugiu com a aeronave em um descuido dos assaltantes.

Edmur já teve envolvimento em casos de tráfico de drogas e contrabando. Em um dos casos mais antigos, foi detido pela Polícia Federal em setembro de 2000. A prisão aconteceu após a PF apreender 138 quilos de cocaína em um hangar, em Paranaíba.

A droga pertencia a um pecuarista e seria transferida de um avião para o fundo falso de um caminhão. Na época, os suspeitos tentaram dizer que transportavam hormônios bovinos. Edmur era um dos responsáveis pelo descarregamento da droga em Paranaíba.

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