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03/10/2019 às 09:00, Atualizado em 02/10/2019 às 16:30

Polícia Civil afasta agentes envolvidos em operação que prendeu Jamil Name

Dos quatro policiais que foram presos na ação, três continuavam na ativa e um era aposentado.

Os três policiais civis que estavam na ativa e foram presos na Operação Omertá, deflagrada na semana passada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Grupo Armado de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras) foram afastados oficialmente de suas funções.

Em publicação no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (2) o corregedor-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Jairo Carlos Mendes afastou compulsoriamente os policiais Frederico Maldonado Arruda, Márcio Cavalcanti da Silva e Elvis Elir Camargo Lima.

Conforme a publicação, os policiais terão a sua arma recolhida, bem como a carteira funcional e demais pertences do patrimônio público destinado aos policiais, além da suspensão de senhas e login de acesso aos bancos de dados da instituição policial, suspensão de férias e de avaliação para fins de promoção.

O afastamento, ainda segundo o documento, será contado a partir da prisão preventiva dos policiais, que ocorreu na sexta-feira (27), dia que a operação foi deflagrada.

Além dos três afastados, um quarto policial civil aposentado também foi preso, apontado como participante de grupo de extermínio que atuava em Mato Grosso do Sul sob o comando dos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, que também foram levados para a delegacia. Vladenilson Daniel Olmedo, de acordo com as investigações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, faria parte do grupo de apoio da milícia.

OMERTÁ

Além do empresário, de seu filho e dos quatro policiais civis, outros quatro guardas municipais, um policial federal, um militar do Exército, um caseiro de propriedade rural e também profissionais do Direito foram presos na sexta-feira, em Campo Grande e no interior do Estado, em operação que combate milícia armada especializada em crimes de pistolagem, denominada Omertá.

Os assassinatos de pelo menos três pessoas estão relacionados com o grupo de extermínio sob investigação: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho do ano passado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril deste ano.

Os crimes investigados pelos policiais do Garras e do Gaeco são de homicídio e corrupção ativa e passiva. Ao todo foram pedidos 13 mandados de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, todos no bojo da Operação Omertá. Dois integrantes do grupo estão foragidos, o ex-guarda municipal José Moreira Freires e o auxiliar Juanil Miranda Lima – apontados como os executores dos assassinatos investigados pela força-tarefa e foragidos desde abril, quando as investigações começaram a avançar –, além do advogado Alexandre Fransolozo, cujo mandado de prisão temporária (suspenso no domingo pelo Tribunal de Justiça) nem chegou a ser cumprido. Na segunda-feira, Gaeco e Garras distribuíram cartazes pedindo informações dos foragidos. Até o fim da tarde de ontem, a recompensa oferecida era de pelo menos R$ 2 mil (valor que, segundo eles, poderia aumentar).

Para dar o nome à operação, os policiais utilizaram um termo do dialeto napolitano, do idioma italiano. Omertá, conforme o Gaeco, é um termo que se fundamenta em um forte sentido de família e em um silêncio que impede a cooperação com autoridades policiais ou judiciárias. Trata-se de um código de honra muito usado nas máfias do Sul da Itália.

Com informações do Correio do Estado

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