Publicado em 15/11/2020 às 12:31, Atualizado em 14/11/2020 às 21:18

Pecuarista que deixou gado sem comida é investigado por desmatar bioma pantaneiro

Crimes ambientais foram registrados na mesa fazenda, na zona rural de Coxim

Redação,
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Divulgação

O pecuarista de 64 anos multado em R$ 118 mil pela PMA (Polícia Militar Ambiental), por deixar 236 cabeças de gado abandonadas para morrerem de fome em fazenda na zona rural de Coxim, responde por outro crime ambiental na mesma propriedade.. Conforme denúncia oferecida pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), ele desmatou 182,40 hectares do bioma pantaneiro.

Consta nos autos que no dia 30 de outubro de 2012, ele danificou vegetação na região dos Paiaguás. Nesta data, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fez fiscalização e se deparou com o desmatamento em área de preservação permanente, sem autorização legal. A autoria do delito foi comprovada por meio de laudos realizados pelo órgão ambiental federal, anexados ao procedimento.

A denúncia foi aceita em 2017 pela juíza Tatiana Dias de Oliveira Said, da Vara Criminal, da Infância e da Juventude da Comarca de Coxim, mas ainda não há definição sobre sentença. Além disso, o Midiamax apurou que o pecuarista foi alvo de reclamações trabalhistas. Ele chegava à fazenda de avião, enquanto funcionários sequer tinham acesso adequado a saneamento e acabavam consumindo água do córrego. Foi aberto procedimento junto ao Ministério do Trabalho, mas as investigações foram arquivadas neste mês de novembro.

Gado sofrendo

Conforme já noticiado, o fazendeiro foi multado em R$ 118 mil por deixar 236 cabeças de gado sem alimento, na propriedade. Por conta dos maus-tratos, 25 animais morreram e os demais estavam bastante debilitados. Segundo nota da PMA, após denúncia, a equipe foi ao local e se deparou com a pastagem totalmente degradada, apresentando somente terra nua, sem nenhuma gramínea, motivo pelo qual o gado não conseguia se alimentar.

Além disso, o produtor não providenciava nenhum tipo de ração. Assim, os animais começaram a morrer aos poucos. Muitos, apesar de vivos, estavam tão debilitados que mal conseguiam se levantar. A PMA apreendeu o gado e acionou a Iagro (Agência Sanitária Animal e Vegetal). O homem, morador no interior de São Paulo, foi multado e vai responder por crime ambiental de maus-tratos, com pena de 3 meses a 1 ano de prisão.