Publicado em 22/07/2025 às 10:00, Atualizado em 21/07/2025 às 22:40

Padrasto confessa ter envenenado bolinho que matou jovem em Diadema

Ademilson Ferreira afirmou à polícia que queria tirar a própria vida; ele é suspeito também de abusar dos enteados e será indiciado por homicídio qualificado

Redação,
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Divulgação

Ademilson Ferreira, padrasto de Lucas da Silva, jovem que morreu no domingo (20) após comer um bolinho de mandioca envenenado, confessou à polícia que misturou veneno ao alimento. O homem, que estava preso preventivamente desde a última quarta-feira (16), era o principal suspeito do crime.

Segundo depoimento prestado à polícia, Ademilson alegou que pretendia tirar a própria vida e por isso adicionou veneno conhecido como chumbinho a um creme de leite, que foi utilizado no preparo do alimento. Ele afirmou ainda que o produto foi comprado por sua esposa em uma loja na cidade de Diadema (SP), onde a família morava.

O homem contou que os bolinhos foram consumidos por ele, pela esposa e pelos enteados, incluindo Lucas. O jovem não resistiu e morreu após ingerir o alimento contaminado.

Inicialmente, as investigações chegaram a levantar suspeitas contra a tia do jovem, que negou qualquer envolvimento desde o início. Com o avanço das diligências e a análise de contradições nos depoimentos de Ademilson, além da comprovação de que ele manipulou o alimento antes de entregá-lo às vítimas, a polícia mudou o foco da apuração.

As autoridades que conduzem o caso apuram ainda suspeitas de abuso sexual contra os enteados, praticado por Ademilson. Ele nega as acusações, mas depoimentos já colhidos indicam que Lucas planejava sair de casa para viver de forma independente e iniciar um relacionamento amoroso, o que pode ter motivado o crime.

A polícia também apurou que, antes do envenenamento, o padrasto trocou mensagens com um pastor, nas quais discutiram a possibilidade de matar o jovem.

Diante das provas reunidas até o momento, Ademilson deverá ser indiciado por homicídio triplamente qualificado, com agravantes como motivo torpe, uso de veneno e impossibilidade de defesa da vítima.