Publicado em 01/10/2019 às 13:02, Atualizado em 01/10/2019 às 10:17

Operação desarticula organização que movimentava o tráfico de cocaína

Segundo a Polícia Civil paulista, a organização fazia uso de uma transportadora.

Redação,
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Divulgação Polícia do estado de São Paulo

Polícia Civil, de Rosana, no interior sde São Paulo, concluiu nesta segunda-feira, dia 30 de setembro, a Operação Gupta. A investigação policial, realizada em conjunto com a Delegacia da Polícia Federal de Dourados, desmantelou uma organização criminosa voltada ao tráfico interestadual de cocaína. A operação foi realizada em três estados, com diligências nas cidades de Dourados, Fátima do Sul, Nova Andradina, Batayporã, Naviraí, Maringá, no Paraná, Peruíbe e Guarulhos, em São Paulo.

Quatro pessoas foram presas, Vicente Celestino Requena da Conceição (líder dessa associação criminosa é o proprietário de fato e, por vezes de direito, dos veículos empregados nos transportes de drogas ilícitas), Edilaine Maria Silva Soares, vulgo “Edi” (amásia de Vicente e foi a responsável por embalar e ocultar as drogas nos interiores das cabines dos caminhões que eram conduzidos por Alex) e Alex Alexandre Rocha (a função de Alex é uma das principais dentro da associação, posto ser a pessoa que auxilia no embalo e ocultação das drogas e, depois, assume pessoalmente a condução do caminhão que leva a droga ilícita), o quarto preso não foi divulgado. A ação aconteceu numa residência localizada a rua Luiz Antônio da Silva, em Batayporã.

Segundo a Polícia Civil paulista, a organização fazia uso de uma transportadora que, após selecionar fretes cujas rotas eram compatíveis com o destino da droga a ser transportada, ocultava grandes quantidades de cocaína no interior das cabines dos caminhões que seguiam as suas viagens.

A droga era transportada com o auxílio do líder da organização criminosa, que sempre seguia à frente dos caminhões, a fim de repassar informações aos seus motoristas para que desviassem de eventuais barreiras policiais.

A organização contava ainda com um sofisticado esquema que permitia a ocultação da cocaína no interior das cabines, impedindo quase por completo a sua localização.

Conforme a polícia, o uso da empresa transportadora ainda lhes permitia trafegar sempre em posse de notas fiscais de cargas lícitas, compatíveis com a rota de tráfico interestadual utilizada pela organização criminosa.

Foram realizadas, ao todo, quatro prisões e expedidos 15 mandados de buscas domiciliares.

Investigações

Em poder da organização criminosa, foram apreendidos cerca de 200 quilos de cocaína, uma arma de fogo e uma caixa de munições de calibre 380.

As investigações ainda apontaram que o líder da organização manteve, no passado, vínculos com o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, que ganhou o apelido de “Rei da Fronteira”, por ter dominado o comércio de drogas na divisa com o Paraguai. Rafatt foi assassinado pelo crime organizado no ano de 2016.

Os trabalhos investigativos foram desenvolvidos por cerca de dois meses, período em que diversas diligências foram desenvolvidas pelos agentes federais e policiais civis paulistas.

Essa organização criminosa também manteve vínculo com um integrante de outra organização, preso no ano de 2018 durante a Operação Pit Stop, desencadeada pela Polícia Civil de São Paulo.

De acordo com a polícia, estima-se que a organização criminosa atuava havia cerca de seis anos e, durante esse tempo, transportou cerca de 15 toneladas de cocaína, lucrando mais de R$ 3 milhões.

O esquema

A droga era recebida pela organização e levada até residências de propriedade do líder criminoso, localizadas nas cidades de Fátima do Sul e Batayporã, em Mato Grosso do Sul, onde era ocultada com tranquilidade no interior das cabines dos caminhões.

Em seguida, a droga era transportada até Peruíbe, no litoral paulista, onde era entregue ao traficante responsável pela aquisição da cocaína.

Bens bloqueados

Após representação da Polícia Civil, com parecer favorável do Ministério Público, a Justiça determinou o sequestro e o bloqueio de dez veículos e dois imóveis. Os bens sequestrados e bloqueados pela Justiça foram avaliados em aproximadamente R$ 2 milhões, segundo a Polícia Civil.

O líder dessa organização criminosa negou os fatos a ele imputados e se recusou a colaborar com a investigação. Ele afirmou à polícia ser um empresário que apenas exercia atividades lícitas.

A Polícia Civil indiciou os investigados pelos crimes de tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico interestadual, porte ilegal de arma de fogo, posse ilegal de munição e falsidade ideológica.

O nome da operação é uma alusão ao império indiano que descobriu o açúcar cristal, carga que os traficantes ultimamente carregavam.

A ação também contou com o apoio da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, através das delegacias de Nova Andradina e de Fátima do Sul.

Com informações do G1 Prudente e Polícia Civil de SP