Publicado em 07/06/2025 às 13:01, Atualizado em 07/06/2025 às 17:02

Mulher morre após ter corpo incendiado em fazenda no Pantanal; suspeito é preso

Vítima de 59 anos sofreu queimaduras em 90% do corpo; delegado classifica o caso como feminicídio motivado por recusa a relacionamento

Redação,

O Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar, com base em Campo Grande, foi mobilizado na tarde da última sexta-feira (6) para socorrer Eliana Guanes, de 59 anos, atacada com fogo em uma fazenda na região da Nhecolândia, Pantanal de Corumbá. Segundo o Diário Corumbaense, o autor do crime, Lourenço Xavier, de 54 anos, jogou gasolina sobre a vítima e ateou fogo, fugindo do local em seguida.

A vítima sofreu queimaduras de 2º e 3º graus em 90% do corpo. Mesmo com a tentativa de resgate aéreo realizada pelos bombeiros, Eliana chegou à Santa Casa de Campo Grande por volta das 23h14 sem sinais vitais e teve a morte confirmada poucos minutos depois.

Lourenço, que trabalhava na mesma propriedade, foi localizado e preso horas após o crime por uma equipe do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (BOPE). Ele tem antecedentes por furto, ameaça e violência doméstica.

De acordo com o delegado Fillipe Araújo Izidio Pereira, o caso foi registrado como feminicídio. “Algumas informações inicias e áudios que tivemos acesso, dão conta de que ele propôs um relacionamento à vítima, mas ela disse não. Ele não aceitou e por esse motivo, ateou fogo nela. Por esse menosprezo ao gênero da mulher, à condição de mulher, o crime se enquadra sim como feminicídio, apesar de não haver relação íntima e familiar entre eles”, explicou.

A prisão em flagrante será ratificada e a Polícia Civil pedirá a conversão em prisão preventiva. O suspeito será apresentado em audiência de custódia.

Este é o 15º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul somente em 2025, refletindo a gravidade da violência de gênero no Estado. Os dois últimos casos anteriores ocorreram em 27 de maio, quando João Augusto Borges., 21 anos, matou a companheira Vanessa Eugênia e a filha do casal, Sophie Eugênia, de 10 meses, em Campo Grande. Segundo o delegado Rodolfo Daltro, o autor asfixiou mãe e filha, comprou gasolina por R$ 16 e, à noite, levou os corpos para a região do Indubrasil, onde os incendiou. “Ele não queria se separar porque não queria pagar pensão”, relatou o delegado.