Publicado em 13/09/2016 às 08:32, Atualizado em 13/09/2016 às 00:02

Justiça decide que júri de Dourados é parcial para julgar índios

Homens são acusados de matar dois policiais e ferir um.

Redação,
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Um dos acusados

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região decidiu que o júri em Dourados é parcial para julgar índios acusados de matar os policiais civis Rodrigo Pereira Lorenzato e Ronilson Guimarães Bartier. O crime aconteceu em 1º de abril de 2006, perto da MS-156, no Porto Cambira, município de Dourados.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) pediu em instância superior para que o julgamento não fosse feito na 1ª Vara Federal de Dourados. A 11ª Turma do TRF-3 acatou o pedido e transferiu para a Seção Judiciária de São Paulo.

A relatora do pedido, desembargadora federal Cecília Mello, informou em seu relatório que a região é palco de inúmeros conflitos indígenas.

"O conflito pulsante entre índios e não índios no Estado do Mato Grosso do Sul, acirrado pelos fundamentos étnicos, históricos, culturais, econômicos e etc. de ambos os lados, somado à sua repercussão regional, nacional e internacional, permitem e muito bem justificam que o julgamento seja desaforado para Foro não contíguo, onde poderão ser asseguradas todas as garantias necessárias para desejada intangilibilidade do julgamento", escreveu.

Os réus que tiveram os nomes divulgados no processo de homicídio são Carlito de Oliveira, Lindomar Brites de Oliveira, Jair Aquino Fernandes, Ezequiel Valensuela. Todos eles já foram intimados. Não foi divulgado pela Justiça Federal quando será o julgamento do crime.

O CASO

No dia 24 de março de 2006, o pastor Sinfroriano Ramires, foi assassinado por conta de uma briga que ocorrida entre a filha dele e o genro, Wilson Rodrigues da Silva.

Três policiais civis, Emerson José Gadani, Rodrigo Pereira Lorenzato e Ronilson Guimarães Bartier investigavam aquele homicídio e foram até uma fazenda situada perto do acampamento Passo Piraju, montado por índios Guarani Kaiowás.

Os investigadores teriam cortado caminho e passaram pelo acampamento, quando foram surpreendido por um grupo de pessoas. As vítimas foram mortas por conta de pedradas e pauladas. Emerson foi o único que conseguiu escapar vivo.

O ataque ocorreu porque os policiais estavam em carro descaracterizado e os índios teriam confundido os homens com jagunços da fazenda.

Fonte - Correio do Estado