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11/05/2017 às 13:33, Atualizado em 11/05/2017 às 13:57

Justiça arbitra fiança de R$ 1 milhão e André Puccinelli alega não ter condições

Ex-governador foi levado coercitivamente pela PF nesta quinta-feira.

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Ex-governador André Puccinelli terá de usar tornozeleira eletrônica - Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado

A Justiça Federal arbitrou fiança de R$ 1 milhão para liberação de André Puccinelli (PMDB), mas o advogado do ex-governador, Renê Siufi, já adiantou que ele não tem condições de arcar com o pagamento porque teve os bens bloqueados.

Puccinelli foi conduzido coercitivamente para a Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande, durante 4ª fase da Operação Lama Asfáltica, nesta quinta-feira, e depois levado para colocação de tornozeleira eletrônica na Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul (Agepen).

O advogado disse estar “confuso em relação ao motivo da condução coercitiva, da tornozeleira eletrônica e da fiança”. Segundo Siufi, “não tinha motivo para esta condução porque toda vez que foi chamado ele [Puccinelli ] deu explicações”.

Siufi disse que o ex-governador teve de ouvir algumas gravações e responder se reconhecia a voz. “Não tem acusação. André respondeu perguntas. Eles respondeu todas as perguntas”, completou o advogado.

O filho do ex-governador André Puccinelli, o advogado André Puccinelli Junior, também foi conduzido por agentes da Polícia Federal até a Superintendência da PF. Para ele não foi arbitrada fiança. Ele também não terá de usar tornozeleira.

A fiança para o ex-governador foi arbitrada pela juíza federal Monique Marchioli Leite, a mesma quem determinou o bloqueio de bens de Puccinelli.

4ª Fase da Operação Lama Asfáltica

Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal deflagram hoje a quarta fase da Operação Lama Asfáltica - Máquinas de Lama. Objetivo da ação policial é desarticular organização criminosa que desviou recursos públicos com direcionamento de licitações, superfaturamento de obras, aquisição falsas ou ilícita de produtos e corrupção de servidores. A estimativa é de que o prejuízo causado aos cofres públicos seja de aproximadamente R$ 150 milhões.

Ao todo, são cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove mandados de condução coercitiva, 32 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

A ação conta com participação de 270 agentes, entre policiais, servidores da CGU e da Receita Federal e acontece nas cidades de Campo Grande (MS), Nioaque (MS), Porto Murtinho (MS), Três Lagoas (MS), São Paulo (SP) e Curitiba (PR).

Esta nova fase da investigação resulta da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores. De acordo com a polícia, são evidentes as provas de desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos falsos que justificavam a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos.

Os valores repassados a título de propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. As investigações demonstraram ainda que estas negociações eram, em sua maioria, falsas e simulavam origem lícita aos recursos, razão pelo qual a operação recebeu o nome de Máquinas de Lama.

Investigações também apontaram novas motivações para o pagamento de propinas aos servidores e tentativa de lavagem de dinheiro, bem como a obtenção de benefícios e isenções fiscais.

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