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11/08/2016 às 16:02, Atualizado em 11/08/2016 às 17:35

Juiz Moro decide e pecuarista Bumlai terá que voltar para prisão

O pecuarista deve se apresentar à Polícia Federal na próxima semana

O juiz Sérgio Moro determinou na quarta-feira (10) que o pecuarista José Carlos Bumlai volte para a cadeia. Ele foi preso na 21ª fase da Operação Lava Jato e estava em prisão domiciliar desde março deste ano devido a um tratamento contra um câncer na bexiga. O pecuarista deve se apresentar à Polícia Federal (PF), em Curitiba, na terça-feira (23).

"Não mais se enquadrando o acusado José Carlos Costa Marques Bumlai nas hipóteses legais que permitem o regime de prisão domiciliar, persistindo e inclusive reforçados os pressupostos e fundamentos da preventiva, cuja necessidade foi reconhecida inclusive pelas instâncias recursais, e superado o tratamento e intervenção cirúrgica que motivaram a concessão do benefício, deve o acusado retornar à prisão", diz trecho do despacho.

O pecuarista foi preso em novembro de 2015, na etapa da Lava Jato que recebeu o nome de "Passe Livre" devido à amizade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo os investigadores, Bumlai tinha trânsito livre no Palácio do Planalto.

Bumlai é acusado de ter contraído um empréstimo fraudulento no Banco Schahin de R$ 12 milhões em 2004. O destinatário final do dinheiro, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foi o Partido dos Trabalhadores (PT). Réu na Lava Jato, o pecuarista responde pelos crimes de corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro

De acordo com o juiz, na prisão, Bumlai poderá realizar exames e tratamentos necessários tanto no Complexo Médico-Legal, que fica na Região Metropolitana de Curitiba, quanto em hospitais mediante escolta policial.

Na decisão em que permitiu que o pecuarista cumprisse a prisão domiciliar, o juiz havia dito que a prisão domiciliar, sob monitoramento, seria por três meses e que, após este período, a Justiça deveria reavaliar se o réu seguia ou não em regime domiciliar. Entretanto, durante o tratamento do tumor, Bumlai fez uma cirurgia cardíaca. Por essa razão, a defesa pediu a prorrogação da prisão domiciliar. Em junho, Moro autorizou a prorrogação da prisão domiciliar até sexta-feira (19).

Na avaliação de Moro, o quadro que permitiu a prisão preventiva de Bumlai em 2015 se agravou considerando que ele foi denunciado por obstrução à Justiça, em Brasília. Lula, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Édson Ribeiro e o filho do pecuarista Maurício Bumlai também são réus nesta ação penal.

DEFESA

A defesa de Bumlai disse que vai recorrer porque considera a decisão sem sentido, há que o pecuarista está colaborando e comparecendo às audiências na Justiça. A defesa afirmou que no período que Bumlai ficou em casa, ele nunca ofereceu riscos à investigação.

Fonte - G1

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