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18/12/2019 às 11:30, Atualizado em 18/12/2019 às 00:10

Juiz aceita denúncia e Jamil Name vira réu por execução de filho de PM

Outros seis integrantes da milícia também responderão pelo crime.

Juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluizio Pereira dos Santos, aceitou, nesta terça-feira (17), denúncia e Jamil Name se tornou réu pela execução do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão reformado da Polícia Militar, Paulo Roberto Teixeira Xavier. Além de Name, também foi aceita denúncia contra Jamil Name Filho, o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o guarda Municipal Marcelo Rios, o hacker Eurico dos Santos Mota e dos pistoleiros José Moreira Freires e Juanil Miranda Lima, todos acusados de integrarem organização criminosa envolvida em crimes de pistolagem e milícia armada.

Advogados dos réus tem o prazo de dez dias para apresentar defesa preliminar. Audiências para depoimento de testemunhas foi designada para os dias 2 e 3 de março de 2020.

Todos os acusados tiveram prisão preventiva por este crime decretada no dia 27 de novembro. Conforme disse o juiz na decisão, a milícia é estruturada com divisão de tarefas e, desde o início do grupo, em junho de 2018, os integrantes começaram a praticar crimes de homicídio, entre eles o de Matheus, ocorrido em 9 de abril deste ano, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande.

Durante as investigações, Polícia Civil afirma que ficou demonstrado que todos os acusados planejaram a morte do policial militar, mas por erro de execução, acabaram matando o filho dele por engano.

Jamil Name e o filho são apontados como mandantes do crime e teriam determinado que Marcelo Rios contratasse os pistoleiros, José e Juvanil, para a execução. Rios e Vladenilson também forneceram veículos e armamento para o homicídio, enquanto o hacker ajudou na localização do endereço atualizado da vítima.

O crime ocorreu no dia 9 de abril deste ano. Matheus deixava a garagem da casa onde morava, em uma caminhonete S10, que pertencia ao pai dele, quando dois homens se aproximaram em um veículo e já desceram atirando. A vítima foi atingida ao menos sete vezes por um fuzil calibre ponto 762, de acordo com o apontado pela perícia. Os bandidos fugiram após os disparos.

Quanto aos outros crimes que também teriam sido cometidos pela organização criminosa, das vítimas Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Cláudio da Silva Simeão, juiz afirma que “tais fatos não mostram nenhuma conexão ou continência” com o de Matheus e caso outras representações forem formuladas em face dos investigados e da organização criminosa, autoridades policiais deverão apresentar novas representações.

OMERTÁ

As denúncias de envolvimento de Name e Name Filho em crimes começaram em maio deste ano, após a apreensão de um arsenal em poder do guarda municipal Marcelo Rios (detido no Presídio Federal de Campo Grande). Além dos Name, outros quatro guardas municipais e cinco policiais (sendo um federal),foram presos, apontando também o envolvimento de um advogado.

A Operação Omertá está em andamento desde o fim de setembro. Os assassinatos de pelo menos três pessoas estão relacionados com o grupo de extermínio sob investigação: do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo, ocorrido em 11 de junho do ano passado; do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, em 26 de outubro de 2018; e do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril deste ano.

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