Publicado em 03/09/2020 às 12:02, Atualizado em 03/09/2020 às 11:06

Jamil Name tem prisão decretada após STF negar habeas corpus

O magistrado ressaltou que uma eventual soltura pode colocar em risco a vida de policiais e outras testemunhas.

Redação,

A Justiça aceitou pedido do Ministério Público e decretou uma nova prisão preventiva para Jamil Name, acusado de chefiar uma milícia que agia em Mato Grosso do Sul, por corrupção ativa e por tentar atrapalhar investigações da operação Omertà. Ele está preso desde outubro de 2019 no presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

A decisão do juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian aponta que Name ofereceu grande quantidade de dinheiro à autoridades para obter liberdade. No dia 27 de abril, durante uma audiência pela internet, ele ofereceu de R$ 100 a R$ 600 milhões para ser solto. E dois meses depois, disse que uma das testemunhas deveria ser morta.

O magistrado ressaltou que uma eventual soltura pode colocar em risco a vida de policiais e outras testemunhas. "A sua custódia cautelar se justifica ante a real possibilidade de que, como eventual líder da referida organização criminosa, utilize seu poder econômico, político e organizacional para atentar contra as vidas de agentes de segurança pública e eventuais testemunhas, bem como dificulte as investigações com o intuito de se eximir de suas responsabilidades penais" , escreveu.

A defesa de Jamil Name disse que não foi comunicada oficialmente da decisão.

O STF (Supremo Tribunal Federal) negou nesta terça-feira, dia 1º de setembro, liminar em pedido de habeas corpus do empresário. O pedido de habeas corpus no STF era para que Jamil fosse transferido para um presídio estadual em Campo Grande (MS) e depois fosse para prisão domiciliar, em razão da sua idade e dos riscos para a saúde por causa da Covid-19.

Operação Omertà

A primeira fase da operação Omertá foi deflagrada em setembro de 2019. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e o Gaeco prenderam empresários, policiais e, na época, guardas municipais, investigados por execuções no estado.

A suspeita é que o grupo supostamente comandado por Jamil Name e o filho, Jamil Name Filho tenham executado pelo menos três pessoas na capital sul-mato-grossense, desde junho de 2018. Outras mortes também estão sendo investigadas.

A última morte atribuída ao grupo é do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, de 19 anos. Ele foi atingido por tiros de fuzil no dia 9 de abril, quando manobrava o carro do pai, na frente de casa, para pegar o dele e buscar o irmão mais novo na escola.

Pouco mais de um mês depois, no dia 19 de maio de 2019, policiais do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BpChoque) apreenderam um arsenal com um guarda municipal, em uma casa no Jardim Monte Libano. Foram apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições.

Segundo as investigações do Gaeco, esse arsenal pertencia ao grupo preso na operação Omertà. A força-tarefa investiga se as armas foram usadas em crimes de execução nos últimos meses.

Fonte - G 1