Publicado em 28/09/2016 às 06:42, Atualizado em 28/09/2016 às 10:22

Gilmar e Andreia Olarte e outros dois deixam presídio em Campo Grande

Casal estava preso desde 15 de agosto e pagou quase R$ 30 mil de fiança.

Redação,

O ex-prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte, a mulher dele, Andreia Olarte, o corretor de imóveis Ivamil Rodrigues e Evandro Farinelli deixaram o presídio nesta terça-feira (27) depois de pagarem cerca de R$ 50 mil de fiança. Eles estavam presos desde o dia 15 de agosto de 2015, investigados por lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

O corretor de imóveis Ivamil Rodrigues foi o primeiro a deixar o presídio depois de pagar R$ 10.560 de fiança. Saiu sozinho segurando uma sacola branca. Ele é apontado como braço direito do casal Olarte, mas negou as acusações.

“Eu só ganhei comissão em todos os imóveis e nada mais. Eu nunca ganhei R$ 0,10 do Gilmar Olarte ou da Andreia, ganhava junto com os outros corretores comissão dos proprietários desses três imóveis. Só isso”, afirmou Rodrigues.

Uma hora depois, Evandro Farinelli também deixou a prisão acompanhado dos advogados. Ele pagou R$ 8,8 mil de fiança. O empresário é suspeito de ser o laranja do casal Olarte na compra de imóveis e não deu declarações.

O casal Gilmar e Andreia Olarte foi o último a deixar o presídio. Depois de pagarem cerca de R$ 30 mil de fiança, eles colocaram tornozeleira eletrônica, conforme determinação judicial. Além disso, não poderão ter contato com os outros denunciados na operação Pecúnia.

Denúncia

Investigações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontam que, com o dinheiro obtido por Gilmar Olarte por meio de corrupção na época em que ele era prefeito de Campo Grande, foram adquiridos diversos imóveis.

Documentos recolhidos ao longo das investigações e durante a operação Pecúnia, realizada no dia 15 de agosto, comprovam que foram gastos R$ 2.863.000 na compra de imóveis.

Conforme consta na denúncia, assinada pelo procurador-geral de Justiça Paulo Passos, os bens adquiridos totalizam R$ 4.190.500, mas as parcelas deixaram de ser pagas quando Gilmar Olarte deixou a prefeitura, com a recondução ao cargo do prefeito Alcides Bernal (PP) em agosto de 2015.

Para o MPE, essa situação é mais uma comprovação de que o dinheiro da corrupção na administração municipal estava sendo usado na compra de terrenos e casas. De acordo com a denúncia, que foi disponibilizada no site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) nesta quarta-feira (24), os investigados montaram um esquema para a lavagem do dinheiro conseguido ilicitamente.

Ainda conforme a denúncia, o corretor de imóvel Ivamil de Almeida tinha a tarefa de comprar os imóveis, que eram registrados em nome de Evandro Farinelli e a mulher Christiane, que seriam “testas de ferro” do casal Olarte. Para o MP-MS, embora os bens estejam nos nomes dos dois, ficou comprovado que Andréia Olarte é a verdadeira dona.

Com base no cruzamento de dados da movimentação bancária e das declarações do Imposto de Renda, os promotores que atuam no caso acreditam que conseguiram demonstrar ao Judiciário que a renda do casal Olarte é incompatível com o patrimônio “engordado” durante o período em que Gilmar Olarte era prefeito.

Na denúncia, os promotores citam que, em 2014, o casal Olarte declarou renda de R$ 320.545,19, mas o patrimônio apurado nesse mesmo ano chegou a R$ 710 mil.

Segundo a investigação, além do imóvel no Condomínio Damha II, o casal Olarte seria o verdadeiro dono de imóveis no Condomínio Villas Dahma, na Chácara dos Poderes e no loteamento Estrela Parque. O MP-MS também solicitou ao Judiciário, que o processo deixe de tramitar em segredo de justiça.

Fonte - G1 MS