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17/10/2016 às 14:00, Atualizado em 17/10/2016 às 10:46

'Furacão' Uragano é desenterrado para investigar suposto propinoduto

MPE vai apurar denúncias de 2014, com base em vídeos de Ari Artuzi e Ary Rigo.

Seis anos após o escândalo que abalou a política sul-mato-grossense, o Ministério Público Estadual vai desenterrar as investigações que desencadearam a Operação Uragano (furacão em italiano), da Polícia Federal. Inquérito instaurado na 49ª Promotoria de Justiça vai “apurar suposta existência de mensalão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, em tese, [pago] pelo Governo do Estado e deputados”.

O procedimento investigativo tem como base denúncia protocolada em 24 de outubro de 2014. Na solicitação, ele encaminha um vídeo em que o ex-deputado estadual Ary Rigo revela suposto esquema de propinas para ‘inflar’ o salário dos parlamentares e repasses para o então governador André Puccinelli (PMDB) e até membros do Poder Judiciário.

A denúncia também aponta um segundo vídeo, que não pode ser acessado pelo Ministério Público por ser privado. No entanto, na denúncia, ele fala de supostas confissões do ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi, que morreu em 2013 em decorrência de um câncer de intestino, e de ação popular para quebra do sigilo bancário da Assembleia Legislativa que ficou, por anos, parada no Poder Judiciário.

“Ex-prefeito de Dourados/MS acusa em vídeo a existência de mensalão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, por parte do Governo do Estado e deputados. É preciso investigar urgente isto. Importante registrar que estes fatos causou grande clamor popular, principalmente porque o ex-prefeito Ary Artuzi, antes de ser prefeito era deputado estadual e conhecia muito bem os meandros do poder naquela casa, sendo membro da mesa diretora”, diz a denúncia.

Apesar da gravidade das alegações, o procedimento preparatório sobre a investigação quase foi arquivado por solicitação do promotor Henrique Franco Cândia “em virtude da falta de especificação dos envolvidos, bem como de maiores informações e documentos que comprovem o relatado na denúncia, faltam elementos para abertura de investigação por parte desta Promotoria de Justiça, visto que se encontram ausentes elementos materiais que ensejem maiores esclarecimentos”.

Segundo o promotor, “a denúncia em questão apresenta informações genéricas, não informando os nomes das pessoas que supostamente estariam envolvidas na situação apresentada. A manifestação ainda encaminhou o link de dois vídeos que, supostamente, comprovariam as alegações apresentadas. Entretanto, um dos vídeos é privado, sendo necessária autorização por parte do proprietário do mesmo para visualização”.

Agora, em setembro de 2016, as investigações foram retomadas e devem ser conduzidas pelo promotor de Justiça Gevair Ferreira Lima Junior.(Conteúdo Topomidianews).

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