Dez pessoas são presas acusadas de execuções em tribunal do crime

Policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Três Lagoas, cidade localizada na região Leste do Estado, prenderam nesta quarta-feira, dia 17 de de Novembro, dez pessoas suspeitas de execução em tribunal do crime. Outras cinco pessoas já tinham sido presas no último dia 07 de outubro.

Todos são suspeitos de duplo homicídio, tentativa de homicídio, cárcere privado e organização criminosa, referente a um crime ocorrido no dia 06 de outubro. A investigação resultou na prisão de cinco pessoas nesta segunda etapa de investigaações.

Nesta segunda etapa foram presos temporariamente: C.R.S.(50 anos), responsável pelo terreno onde as vítimas foram executadas;

D.S.C.(21 anos), o qual seria o responsável pela desova dos corpos das vítimas, com quem foi apreendido um veículo VW Golf, cor preta, ao que consta teria sido utilizado para transportar os corpos das vítimas; P.G.S.S., vulgo “Sem Limite”, ao que consta seria um dos executores da morte das vítimas.

As prisões temporárias com prazo de 30 dias, foram expedidas pelo juízo da 1ª Vara Criminal. Também foram apreendidos os adolescentes de 17 anos, morador do segundo imóvel onde as vítimas foram mantidas em cárcere privado e outro de 16 anos, filho do proprietário do terreno onde as vítimas foram executadas.

Até o presente foram identificadas dez pessoas envolvidas nos crimes, mas ao que tudo indica, mais pessoas teriam participado e, por isso, as diligencias da polícia prosseguem .

O veículo apreendido será submetido a exame pericial e, ao final das diligencias, o procedimento acerca dos fatos será encaminhado à apreciação da Justiça local.

Crimes

No dia 03 de outubro, um domingo, três rapazes foram sequestrados no bairro São João e mantidas em cárcere privado desde a tarde de uma terça feira (05), sob acusação de pertencerem a uma facção rival.

Eles então foram submetidas a um tribunal do crime, sendo que durante esse período, as vítimas passaram por três cativeiros, sempre sob a ameaça de arma de fogo e arma branca.

Consta que as três vítimas vieram do estado da Bahia para trabalharem em Três Lagoas, com seus familiares e passaram a residir no bairro São João, sendo que os três rapazes saíram de casa na tarde do último domingo para participar de festas ali no bairro, quando foram atraídas até uma casa que fica em frente ao campo de futebol, sendo que ao entrarem no imóvel, imediatamente foram rendidas sob ameaça de arma de fogo, estando ali vários integrantes de uma facção criminosa, que passaram a questionar delas se faziam parte da facção rival, isso porque haviam constatado que parente de uma das vítimas postou foto em rede social, fazendo sinal com as mãos que indicava pertencer à facção rival.

Mesmo negando tal fato, as vítimas foram amarradas e mantidas nesse primeiro cativeiro até a madrugada de segunda feira, sendo a seguir levada para um segundo cativeiro, ali próximo, onde ficou até a tarde da última terça feira(05) e, depois, levadas até um terreno onde funciona um deposito de reciclagem, não muito distante do segundo cativeiro, onde seriam executadas.

Ocorre que, uma das vítimas, percebendo o descuido de um dos bandidos, o qual atendia ao telefone, fugiu com as mãos amarradas e pediu socorro no UPA, quando então a Polícia Militar foi acionada e ao chegarem no cativeiro de onde a vítima fugiu, já constataram que ali haviam muitas manchas de sangue e rastros de veículos que deixaram o local, levando as duas vítimas que estavam sendo mantidas em cárcere privado.

A partir daí, Policiais Civis de Três Lagoas através do SIG e 3DP, passaram a diligenciar, no que resultou das prisões de quatro envolvidos nessa trama criminosa, os quais foram autuados em flagrante por crimes de sequestro e cárcere privado, tentativa de homicídio contra a vítima que fugiu e participação em organização criminosa.

Um quinto envolvido foi identificado ainda durante as diligencias realizadas pela Polícia Militar, mas o mesmo não foi localizado naquela ocasião, tratando-se de um dos adolescentes apreendidos nesta segunda etapa das investigações.

As duas vítimas que não conseguiram fugir do cativeiro não foram localizadas e, segundo informações colhidas na região, foram ouvidos disparos de arma de fogo, seguido de fugas de veículos do local, o que leva a crer que tais vítimas possam ter sido mortas e seus corpos levados dali para dificultar os trabalhos de investigação.

Os dois corpos das vítimas executadas foram achados, parcialmente carbonizados, na região rural que fica às margens da BR262, não muito distante do bairro onde foram executadas.

Diligencias prosseguem sentido de identificar os demais envolvidos para que possam responder perante à Justiça.

Foram presos e autuados em flagrante delito, naquela ocasião, ou seja, na primeira etapa das investigações, pelos crimes de sequestro e cárcere privado, organização criminosa e tentativa de homicídio qualificado: R.G.N., vulgo “Robinho”, 32 anos; R.P.S, 27 anos; F.O.S, vulgo “Fernandinho”, 26 anos; e J.A.S., vulgo “Joãozinho”, 23 anos.