Publicado em 01/09/2021 às 07:31, Atualizado em 31/08/2021 às 21:52

Com o dobro da média nacional, MS é o estado que mais mata indígenas no Brasil

Números foram divulgados nesta terça-feira no Atlas da Violência 2021

Redação,
Cb image default
Menina Raíssa foi assassinada no início de agosto - (Foto: Dourados News)

O Atlas da Violência de 2021, divulgado nesta terça-feira (31), apontou o crescimento de 21,6% na taxa de homicídios de indígenas no país, entre os anos de 2009 e 2019. Mato Grosso do Sul registrou, em 2019, o pior número, uma taxa duas vezes maior do que a nacional. Último caso de maior repercussão, Raíssa da Silva Cabreira, de apenas 11 anos, foi morta por um grupo de homens na Aldeia Bororó, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande.

Conforme os dados do Atlas, entre 2009 e 2019, em números absolutos, foram 2.074 homicídios de pessoas indígenas registrados no Brasil. A taxa nacional de 2019 foi de 20,4 por 100 mil habitantes, enquanto Mato Grosso do Sul registrou taxa disparada, de 53,6, em relação aos municípios com território indígena. O segundo estado com maior taxa foi Santa Catarina, com 31,2.

Taxa de homicídios

A taxa de homicídios em Mato Groso do Sul, no total, teve uma queda expressiva com o menor número já registrado em 2019, desde 2009. A taxa foi de 17,7 por 100 mil habitantes, um total de 491 mortes violentas. O número foi ainda menor em 2020, segundo dado da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), totalizando 434 homicídios dolosos.

O estado foi o 7º com menos homicídios em todo país em 2019. Somada a essa queda, também houve diminuição na taxa de homicídios causados por armas de fogo no Brasil. Em 2019, Mato Grosso do Sul foi o segundo estado com menor número de mortes por arma de fogo, 216 no total, sendo Roraima o primeiro, com 83.

Morte violenta por causa indeterminada

O Atlas da Violência de 2021 trouxe dados sobre o aumento das mortes violentas por causa indeterminada no país. São essas as mortes violentas, por causas externas, mas que não foi possível estabelecer a causa básica do óbito ou motivação. Ou seja, se foi resultado de suicídio, acidente de trânsito, agressão ou homicídio.

Em Mato Grosso do Sul, o número cresceu relativamente de 2009 a 2019. Em 2009, foram 48 casos de mortes violentas por causa indeterminada, enquanto em 2019 o número mais que dobrou e foi a 97. O ano com maior número de mortes deste tipo foi em 2016, com 125 casos registrados.