Publicado em 21/09/2025 às 13:04, Atualizado em 21/09/2025 às 11:20

Chefes de fraude na mineração são levados de BH para presídio de segurança máxima em Campo Grande

A investigação do caso desvendou uma organização criminosa que atuava na liberação de licenças ambientais fraudulentas

Redação,

A Polícia Federal transferiu na tarde deste sábado (20) para o Presídio Federal de Campo Grande (MS) chefes do esquema de fraudes na mineração que foram presos na Operação Rejeito, deflagrada na última quarta-feira (17) em Minas Gerais.

A investigação do caso desvendou uma organização criminosa que atuava na liberação de licenças ambientais fraudulentas para exploração mineral. O esquema envolvia pagamentos de propina com participação de empresas de fachada e "laranjas", servidores públicos e empresários. O diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mario Seabra, estava entre os presos, segundo o Portal g1.

Segundo a PF, foram transferidos para o presídio de segurança máxima da capital sul-mato-grossense três dos chefes do esquema:

A operação prendeu 16 pessoas por participação no esquema. Os crimes investigados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro, além de crimes ambientais e contra a ordem econômica.

De acordo com autoridades, esta é a primeira vez na história que a Justiça autoriza a transferência de presos ligados a crimes ambientais para um presídio federal de segurança máxima.

O esquema revelado pela Operação Rejeito movimentou cifras bilionárias. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão ligado aos envolvidos nas fraudes. A investigação atingiu diretamente o alto escalão do governo Romeu Zema (Novo).

Pelo menos quatro dirigentes de órgãos ambientais e de patrimônio estaduais foram exonerados ou afastados dos cargos após serem citados nas investigações.

Na quinta-feira (18), Romeu Zema disse que a Controladoria Geral do Estado (CGE) já suspeitava da organização criminosa e que espera uma "punição exemplar" aos envolvidos.

"Estamos dando todo apoio às investigações. Já havia suspeita por parte da Controladoria Geral do Estado, que já estava fazendo diversas averiguações. E eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que realmente estejam envolvidos em qualquer ato ilegal", afirmou.

Em nota, o governo de Minas afirmou que "não compactua com desvios de conduta de servidores" e que está tomando todas as medidas administrativas cabíveis, incluindo a exoneração e afastamento dos envolvidos.