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17/05/2022 às 11:08, Atualizado em 16/05/2022 às 23:09

Casal é resgatado trabalhando em condições de escravidão em MS

Foi afirmado ainda que a carteira de trabalho jamais foi assinada

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Divulgação

Durante diligências investigativas no Rio Paraguai, em Corumbá, a equipe da Seção de Investigações Gerais, foi informada de que um casal estaria trabalhando em condições análogas a escravidão, em uma fazenda/rancho na beira do Rio Paraguai.

De acordo com informações policiais, ao chegar no local que pertence a um homem de 63 anos, a Polícia Civil encontrou o casal, de 38 e 23 anos, em condições precárias de habitação e de trabalho.

Em entrevista, as vítimas relataram que trabalham no rancho há pouco mais de dois meses, sendo o contrato por empreita, pelo valor de R$ 60,00 por hectare de terra roçada. Apesar de estarem trabalhando no local há mais de dois meses, eles afirmaram não terem recebido qualquer valor em pagamento.

Além disso, o casal já estaria com uma dívida de mais de R$ 2.000,00 com o patrão, pela alimentação. As vítimas ainda relataram que no primeiro mês que ficaram no local, dormiam dentro do chiqueiro dos porcos, um local feito de tábuas de madeira, sem paredes ou piso.

Foi verificado não haver água encanada ou sistema de filtragem no local e o casal bebia água diretamente do rio. No local não há banheiro, vaso sanitário ou chuveiro e as necessidades eram feitas no mato ou em uma bacia improvisada. O banho era feito com água do rio.

Sobre a alimentação, foi relatado que os filhos do casal levavam comida, mas que seria descontado, por isso eles já teriam uma dividida referente à alimentação.

Pela ausência de barco para transporte no local, as vítimas relataram que dependiam totalmente dos patrões para levarem comida, mas que eles nem sempre forneciam o alimento necessário e, por este motivo, dependiam de doações dos vizinhos para se alimentarem.

Sobre o transporte para a cidade, foi relatado que, apesar de seus patrões possuírem barco, raramente o transporte para a cidade é disponibilizado, e com isso a locomoção é restringida.

Foi afirmado ainda que a carteira de trabalho jamais foi assinada. Foi realizada inspeção pela equipe, sendo comprovadas as condições precárias de habitação e trabalho, o qual verificou as condições de trabalho em situação análoga à de escravo.

Sendo assim, foi determinando pela autoridade policial Delegado de Polícia Nicson Lenon, a prisão em flagrante dos três autores, sendo pai e dois filhos.

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