Publicado em 30/07/2022 às 13:04, Atualizado em 30/07/2022 às 11:16

Governador renuncia para concorrer a cargo de irmão assassinado

A eleição extemporânea para escolher o sucessor do prefeito assassinado será no dia 30 de outubro.

Redação,
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Foto - Reprodução ABC Color

Marcados pelas tragédias e com a política correndo nas veias, o Clã Acevedo vai disputar outra eleição na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. O governador do departamento de Amambay Ronald Acevedo renunciou ao cargo para concorrer a prefeito de Pedro Juan Caballero, cidade capital do departamento, separada por uma rua de Ponta Porã.

Ronald será candidato ao cargo que até 17 de maio deste ano era ocupado por seu irmão mais velho, José Carlos Acevedo Quevedo, 51 anos, morto quatro dias após ser atingido por oito tiros de pistola quando saía da sede da prefeitura. José Carlos tinha sido reeleito em outubro de 2021 para mandato de cinco anos.

A eleição extemporânea para escolher o sucessor do prefeito assassinado será no dia 30 de outubro. Como no Paraguai não existe o cargo de vice-prefeito, será necessária nova eleição para definir o novo administrador da capital de Amambay.

Desde maio, a prefeitura está sob responsabilidade da presidente da Câmara de Vereadores, Carolina Yunis de Acevedo, mulher do agora ex-governador Ronald Acevedo.

Nesta sexxta-feira, o Parlamento estadual de Amambay fez eleição interna e escolheu por unanimidade o consejal departamental (cargo equivalente a deputado estadual) Roberto Abbate como novo governador. Também não existe o cargo de vice-governador no Paraguai. O mandato vai até o ano que vem.

Para entrar na disputa, Ronald Acevedo terá de receber aval do Partido Liberal Radical Autêntico na convenção da legenda. O Tribunal Superior de Justiça Eleitoral do Paraguai definiu que as convenções partidárias serão no dia 18 de setembro. Depois haverá campanha e a votação no dia 30 de outubro das 7 às 17 horas. O eleito será proclamado no dia 2 de novembro e empossado dois dias depois.

Tragédias

Sete meses antes do assassinato do irmão, Ronald Acevedo teve de enterrar a filha, a estudante de medicina Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, uma das quatro vítimas da chacina ocorrida em frente a um centro de eventos de Pedro Juan, em outubro do ano passado.

Outro irmão de José Carlos e Ronald, o ex-governador de Amambai Robert Acevedo Quevedo, foi alvo de atentado a tiros em Pedro Juan Caballero em 2010, quando exercia mandato de senador. Ele morreu de complicações da covid-19, em maio do ano passado, quando exercia mandato de deputado federal.

Ronald Acevedo é crítico contumaz do atual presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado. Ele culpa o mandatário nacional pela violência na fronteira e não poupa críticas à Polícia Nacional.