Publicado em 17/09/2016 às 17:04, Atualizado em 17/09/2016 às 17:07

Trabalho de presos em reforma de escolas de MS reduz nº de fugas

Recompensa do trabalho é a diminuição da pena dos detentos, diz juiz.

Redação,
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Reforma das escolas é feita por 15 detentos em 45 dias (Foto: Reprodução/TV Morena)

A mão de obra carcerária na educação está proporcionando um ambiente melhor aos estudantes, que ganham uma escola revitalizada, e os detentos que têm as penas diminuídas. Outro benefício é a queda do índice de fuga de quase 60% para 6%, segundo o diretor do Centro Penal da Gameleira, Tarley Canido.

O projeto reúne 15 presos do regime semiaberto por 45 dias. O detento Nilson Benitez foi condenado a 26 anos de prisão por tráfico de drogas e coordena a equipe de pinturas. “Ontem mesmo eu encontrei várias crianças agradecendo, contentes de ver a escola como está”, disse.

A sexta escola beneficiada pelo programa foi onde há três anos, duas alunas brigaram e uma morreu esfaqueada. A violência e a falta de perspectivas eram a realidade dos alunos. Agora com salas novinhas e outros ambientes, o clima é de paz na escola.

“Diante a sociedade local, a comunidade também vê com outros olhos a escola”, afirmou o diretor da E.E. José Ferreira Barbosa, no bairro Vila Bordon, em Campo Grande, Gessier Menezes.

A escola que tem 41 anos e nunca tinha passado por uma reforma ganhou bebedouro, transformaram a secretaria em sala para os alunos do primeiro ano e construíram refeitório. Antes os alunos comiam na sala de aula.

O projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade foi criado pelo juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Albino Coimbra Neto, os presos do regime semiaberto trabalham e um percentual do salário que recebem vai para a compra de materiais e eles mesmos fazem as reformas.

“Quando se fala em ressocialização, esse projeto tem como princípio essa ressocialização que é formada pelo próprio preso. Ele é o protagonista da sua própria ressocialização porque esse projeto depende muito da qualidade do trabalho do preso e depende do recurso que é descontado enquanto ele trabalha”, explicou Albino.

Depois da parceria na educação, o governo do estado e o Poder Judiciário assinaram convênio para usar a mão de obra prisional em reformas de delegacias. O projeto “Mãos que Constroem” vai começar pela 4ª DP, localizada no Bairro Moreninha II. A reforma vai gerar aos cofres públicos uma economia de 75% em comparação a uma reforma via licitação.

Fonte - TV Morena