Publicado em 07/11/2021 às 14:38, Atualizado em 07/11/2021 às 11:52

Tirar a CNH com 16 anos? Projeto pode diminuir idade mínima de autorização para dirigir

Para obter autorização, menor terá que ser emancipado por lei, de acordo com as diretrizes da proposta apresentada

Redação,

Tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com 16 anos pode se tornar realidade. O fato é que o Projeto de Lei 3.775/2021 aguarda votação em Plenário e altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 1997) para permitir a condução de veículos automotores a partir dos 16 anos de idade em todo país.

O projeto de lei estabelece que, caso cometam crimes na direção de veículos, os habilitados maiores de 16 e menores de 18 anos serão responsabilizados de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – 8.069/90). Entre as sanções estão previstas advertência, prestação de serviços comunitários e internação por até três anos em estabelecimento educacional.

Segundo as diretrizes da proposta apresentada, para obter autorização, menor terá que ser emancipado por lei. Para se emancipar, o jovem precisa da autorização dos pais (registrada em cartório) ou comprovar independência financeira: possuir negócio próprio ou trabalho com carteira assinada, além do casamento ou formação em curso superior.

Segundo o autor do projeto, senador Jorginho Mello (PL/SC), a proibição de que adolescentes de 16 a 18 anos conduzam veículos “parece injusta”. Isso porque destaca a rotina dupla dos jovens, que “são obrigados a conciliar estudo e algum tipo de trabalho”.

Além disso, lembra que “há muito tempo e em muitos países, os jovens são autorizados a conduzir veículos automotores em idades até menores do que os 16 anos completos”.

JUSTIFICATIVA

O autor da proposta compara a medida com os Estados Unidos, “que têm números de mortes no trânsito próximos aos do Brasil, foi constatado que as mortes de adolescentes ao volante são pouco mais de 2 mil por ano, ou cerca de 6% do total de fatalidades”, defendeu.

E completa: “contudo, a imensa maioria dessas mortes não tem nenhuma relação com a idade do condutor, e sim, com comportamentos de risco como estar sem cinto de segurança (48%), com excesso de velocidade (31%) ou sob o efeito de álcool e outras drogas (24%)”, disse.

A proposta tramita pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, inclusive no mérito. Depois seguirá para análise do Plenário.

Com informações do Correio do Estado