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29/07/2019 às 14:00, Atualizado em 29/07/2019 às 12:25

Solteira, Grazi Massafera garante não ter tempo para namorar: “está impossível”

Atriz vive nova protagonista a partir nesta segunda-feira (29), quando estreia “Bom Sucesso”. Grazi vai contracenar novamente com Antonio Fagundes.

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Divulgação

Livre, leve e solta. É assim que Grazi Massafera vem se sentindo atualmente ao passar por uma nova fase em sua vida pessoal e profissional. Liberta de vaidade, a atriz de 37 anos tem um novo desafio na carreira: Paloma, uma mulher batalhadora, costureira, moradora do subúrbio carioca, mãe de três filhos, que, por conta de um engano, pensa ter apenas mais seis meses de vida.

A personagem é a nova protagonista da atriz , que desembarca na telinha amanhã, em " Bom Sucesso ", a nova novela das 7 da TV Globo . Nesta entrevista, Grazi Massafera fala sobre o novo trabalho, os cuidados com o corpo, os desafios de ser mãe e como anda a relação com o ex-marido, Cauã Reymond, o pai de sua filha Sofia, de 7 anos.

Você tem se inspirado em alguém específico para interpretar a Paloma?

A personagem tem muito a ver com o que eu vivi. Ficava debaixo da máquina de costura, então, não precisei fazer laboratório. Vivenciar isso de novo me emocionou, principalmente por ver uma máquina de costura igual à nossa no estúdio. Minha mãe e muitas mulheres que encontrei pelo caminho são inspiração para esse papel. Está cheio de Palomas por aí. É fácil observar mulheres fortes, guerreiras e tão donas da própria história e poder beber dessa fonte.

Dez anos se passaram desde a sua primeira protagonista (Lívia, em "Negócio da China"). Agora vem uma nova... Sente a responsabilidade de carregar uma novela?

Ser protagonista é sempre um desafio, mas não vejo desta forma, com uma responsabilidade de carregar a novela. É um trabalho em equipe, vários profissionais envolvidos para a engrenagem funcionar. Comparando com o início da carreira, eu me sinto mais segura, com mais experiência, além de ter estudado muito. É um amadurecimento, um processo de crescimento constante. Mas ainda dá aquele frio na barriga, né?

Você tem medo da morte?

Tenho medo da morte de pessoas queridas. Mais do que da minha, tenho medo de perder quem eu amo. Porque se a gente vai, foi. Claro que tenho uma filha e não quero deixá-la, mas tenho mais medo de perdê-la.

O que mais te tira do sério?

A mentira.

Como é ser mãe de adolescentes na ficção?

Eu ainda não cheguei nessa fase como mãe da Sofia, mas na ficção sou mãe de duas adolescentes. Eu me lembro da minha mãe quando teve a gente, se separou do meu pai e ficou numa situação mais complicada. Lembro que jurei para mim mesma que queria ser mãe só quando conseguisse minha independência financeira. Eu sou canceriana. Maternidade está na minha veia.

Você está preparada para ser mãe de uma adolescente?

Não estou (risos). Fui adolescente do interior, outra coisa é ser adolescente no Rio. Aqui são muitos atrativos, então, conto com o auxílio do pai, muita conversa com ela, já estou desenvolvendo coisas desse tipo. Eu tinha uma coisa com a minha mãe que eu não conseguia mentir para ela, tudo eu dizia a verdade. Criamos uma relação de amizade, e tento já ter isso com a Sofia.

Como é a sua relação dela com o pai de Sofia? Você e Cauã Reymond se falam?

Está ótima... Por que a gente não se falaria? O povo inventa umas coisas, gente...

Isso te incomoda muito?

Não me incomoda, eu só acho que é desnecessário.

Sua personagem faz uma ligação quando descobre que tem seis meses de vida. Para quem você faria essa ligação?

Eu ia ligar para todo mundo falando 'te amo', 'sinto muito', 'me perdoe'.

Tem alguém para quem você ligaria dizendo 'vamos tentar'?

Tudo eu vivi no time (no tempo certo) das histórias, e está tudo tão bem resolvido...

Você já pensou em ter mais filhos?

Lógico! Peraí, deixa eu arrumar o pai, aí a gente decide junto (risos).

Está fácil ser solteira no Rio de Janeiro?

Eu só trabalho. Não tenho mais tempo, e que bom, porque preciso administrar isso. Eu gosto de namorar, mas nesse ritmo que estou, está impossível.

Sua personagem tem uma ligação muito forte com a leitura. Você também tem essa intimidade?

Não. Sabia que lá na minha casa, eu pegava um livro para ler e minha mãe dizia: 'Cê é vagabunda? Vai trabalhar'. Livro era uma coisa que significava não ter o que fazer. Para a maioria do brasileiro, infelizmente, ainda é assim. O hábito de ler tem que ser desenvolvido desde cedo. Hoje em dia eu leio com a minha filha, a gente senta junto para ler.

Esse encontro da personagem com o Carnaval te aguçou a vontade de voltar para o samba?

Tenho lembranças deliciosas de quando fui rainha de bateria (da Grande Rio, em 2007 e 2008). Mas agora, só como personagem mesmo. É preciso ter um grande comprometimento, frequentar os ensaios, estar junto da comunidade... A personagem tem muitos pontos que me fizeram reviver situações. Desde pequenininha eu saio na escola de samba da minha cidade, depois, aqui no Rio. Eu amo Carnaval, mas é muita função.

Qual cuidado você tem com o corpo?

Estou tentando dormir melhor, tomo vitaminas, e ioga, a minha nova paixão, mas não estou conseguindo fazer tanto quanto eu queria. Gosto de esporte, gosto de me exercitar, e eu sou do dia, isso já ajuda muito. Eu estou levando dois litros de água todo dia para o estúdio.

Como você consegue ficar naquelas posições de ioga? Não é difícil?

Ali a gente vai aos pouquinhos. A ioga não tem comparação, você vai no limite e evolução do seu próprio corpo. Eu não suportava. Eu brinco que é igual comida japonesa, você come uma vez e acha ruim, depois você vai gostando porque vai sentindo a diferença. Eu senti a diferença na minha vida e na minha profissão. A gente não sabe respirar, porque esquece até como respira, ainda mais no mundo de hoje que é tudo numa urgência. Eu acho que essa conexão foi importante e está sendo interessante para mim, estou aflita por não estar conseguindo fazer todos os dias.

Qual o segredo para não perder a humildade da Grazi do interior?

É saber que na vida tudo passa, e todo mundo morre (risos). Tudo passa, a gente não é nada. Só quero deixar uma história para minha filha lembrar com orgulho e carinho de mim.

Você sempre comeu muito e comentou que tem uma boa genética, que não engorda...

Mudei a minha alimentação porque eu descobri que o meu colesterol estava alto por causa de tanta coisa. Hoje em dia, eu como alimentos mais saudáveis, mas a quantidade continua sendo a mesma, eu como sem culpa.

Sua filha ainda é criança. Ela come muitas besteiras?

Ela é outra morta de fome! Ela não é muito de doce, eu sou mais do que ela. Ela não me pede doces, mas eu tenho em casa, as besteirinhas dela são todas saudáveis. Eu mudei a alimentação em casa, a feira é só com alimento orgânico.

Você acha que seu metabolismo mudou depois dos 30 anos?

Não. A partir dos 35 anos mudou um pouco, mas não é nada grave, eu tenho que agradecer aos meus pais nesse negócio de genética. Achava que era besteira, mas ajuda muito quando você já tem uma propensão a queimar mais.

Você se sente cobrada para ser eternamente jovem e linda?

Cobrem o que quiserem de mim, mas não garanto que eu vá ouvir ou obedecer, porque o tempo passa para todos e eu acho ridículo quem não assimila esse tempo. Claro que a gente quer ficar bem, todo mundo quer envelhecer bem, mas se mutilar é uma coisa bem diferente de envelhecer bem, então eu fico tentando observar o que quero ou não, exemplo de mulheres que eu acho bacanas.

Você já fez algum procedimento estético ou gostaria de fazer algum?

Silicone e botox. Eu tenho uma sobrancelha bem diferente uma da outra, então eu dou uma levantadinha aqui, mas não sou de ficar grudada em clínica de estética. De vez em quando, eu faço um peeling (tratamento para a pele), eu não sou das máquinas, eu prefiro uma massagem, fazer esporte... De vez em quando eu faço uma coisinha ou outra, mas nada extraordinário.

Você disse não saber se será atriz a vida inteira. O que significa isso?

Significa que eu não vou ser atriz pra vida inteira. Realmente eu não sei, mas isso pode mudar. Hoje, eu acho que não serei pra vida inteira, mas atualmente eu sou apaixonada pelo ofício. No começo, eu não era, mas me apaixonei pela arte, como ela toca as pessoas, como me toca quando eu vou ao cinema... Eu estou lendo um livro de uma médica que fala desses questionamentos da profissão. Existe e é saudável. As pessoas que querem o tempo todo que você tenha as respostas prontas...

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