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26/01/2020 às 10:02, Atualizado em 25/01/2020 às 21:42

Professores começam a negociar reajuste de 12,84% do piso nacional

Data-base das categorias municipal e estadual é maio.

Após o governo federal aumentar em 12,84% o piso nacional do magistério, os professores de Mato Grosso do Sul já se organizam para negociar com o governo e as prefeituras quando receberão o reajuste. Segundo os sindicatos que representam os docentes de Campo Grande e do Estado, a data-base para a aplicação do aumento é o mês de maio.

O governo já paga acima do piso. Atualmente, um professor com carga horária em início de carreira recebe R$ 4,2 mil, enquanto o piso de 2020 é de R$ 2,8 mil. A Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) espera que o governo cumpra com o reajuste, apesar de pagar além dele. A Secretaria de Estado de Educação (SED) estuda os impactos.

“A SED, juntamente com a Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização (SAD), estão realizando, em forma conjunta, o estudo de impacto da folha dos servidores, onde o prognóstico será calculado e divulgado após o fechamento da folha salarial, portanto com resposta sobre impacto, provavelmente na próxima semana”, diz nota da pasta encaminhada ao Correio do Estado.

A prefeitura de Campo Grande também está estudando como aplicará o aumento. “Estamos verificando e discutindo, porque haverá um impacto significativo. É um valor acima da inflação, então estudamos como vamos atender sem pressionar as contas públicas”, explicou o titular da Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento (Sefin), Pedro Pedrossian Neto.

Porém, o secretário não adiantou como será pago o reajuste, no índice integral ou de forma escalonada. “Não temos nenhuma definição ainda, já que estamos fazendo simulação”, destacou.

Segundo o Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais de Educação Pública (ACP), as negociações devem começar em fevereiro. Hoje, a prefeitura paga 73% do piso e a categoria quer atingir 87% neste ano. Um professor com 20 horas semanais recebe inicialmente R$ 2,1 mil e aquele que exerce 40 horas por semanas ganha R$ 4,2 mil.

IMPACTO

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), as prefeituras em Mato Grosso do Sul terão um impacto de R$ 143,5 milhões nas contas públicas com o reajuste. A forma de aumento atual foi criada por meio de lei federal de 2008.

Também por determinação legal, os prefeitos devem usar pelo menos 60% dos recursos da Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), mas a média nacional de comprometimento é de 78%.

No Estado, a média é de 79%. Em 2019, o pagamento de salários do magistério custou às prefeituras R$ 1,117 bilhão. “Diante desse quadro, a Confederação reforça a urgência em alterar o critério de reajuste anual do piso nacional do magistério, com a adoção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), cujo percentual acumulado nos últimos dozes meses foi de 3,37%.”, diz nota da CNM divulgada na semana passada.

Por isso, a CNM trabalha para mudar a legislação atual e já atua para sensibilizar os membros do Congresso Nacional. Os parlamentares voltam ao trabalho no próximo mês.

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