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04/08/2025 às 07:00, Atualizado em 03/08/2025 às 21:13

Pix ganha força no Paraguai e já é aceito em larga escala no comércio de fronteira

Nas transações feitas no Paraguai, por exemplo, o valor da compra em guaranis é convertido em tempo real para reais, com câmbio e IOF aplicados no momento da compra.

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Foto - Marco Maluf

Quem cruza a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai em busca de eletrônicos, roupas e cosméticos já pode contar com uma facilidade familiar: o Pix. O sistema de transferências instantâneas do Banco Central do Brasil já é amplamente aceito em comércios paraguaios, especialmente nas cidades de Ciudad del Este e Pedro Juan Caballero, tradicionais destinos de compras para brasileiros.

Apesar de o Pix não permitir transferências internacionais diretas entre contas de países diferentes, empresas financeiras brasileiras têm viabilizado o uso do sistema no exterior por meio de maquininhas adaptadas, que realizam a conversão automática da moeda local para o real.

Um dos exemplos mais conhecidos é o Shopping China, em Pedro Juan Caballero, que já aceita o Pix como forma de pagamento, com a ressalva de que o serviço é “válido só para brasileiros”.

Como funciona o Pix no exterior

Nas transações feitas no Paraguai, por exemplo, o valor da compra em guaranis é convertido em tempo real para reais, com câmbio e IOF aplicados no momento da compra. O cliente escaneia um QR Code gerado pela maquininha e conclui a transação usando o aplicativo do banco brasileiro, como faria em qualquer loja no Brasil. O lojista, por sua vez, recebe o valor final já em moeda local.

Esse tipo de operação é viabilizado por estruturas chamadas eFX, responsáveis por intermediar a compensação entre moedas e diferentes jurisdições. Com isso, o Pix se torna a etapa doméstica de uma operação internacional, permitindo sua utilização mesmo fora do país.

Expansão do Pix além das fronteiras

De acordo com o Banco Central, o uso do Pix nesse modelo já é registrado em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Portugal e França, além de presenças pontuais no Uruguai, Espanha e México. No entanto, a instituição destaca que ainda não existe uma versão internacional oficial do sistema, o que depende de acordos complexos entre governos.

Um dos projetos em andamento para viabilizar esse cenário é o Nexus, uma plataforma desenvolvida por um consórcio internacional de bancos centrais para permitir transferências internacionais em tempo real. O Brasil é um dos países que participam do desenvolvimento da iniciativa.

Pix em números

Criado em 2020, o Pix já é usado por cerca de 160 milhões de pessoas no Brasil e responde por quase metade das transações financeiras do país. A expansão informal do sistema em comércios fora do Brasil, especialmente nas fronteiras, reforça a popularidade e a praticidade do modelo, mesmo diante de limitações legais e operacionais.

Enquanto a versão global do Pix não chega oficialmente, os brasileiros seguem encontrando formas de usar o sistema até mesmo em outros países, transformando compras internacionais em experiências cada vez mais familiares.

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