Publicado em 13/10/2020 às 14:00, Atualizado em 13/10/2020 às 11:19

Papa lamenta incêndios no Pantanal e presta solidariedade à população atingida

Líder religioso lembrou que em alguns casos queimadas são provocadas pelo homem

Redação,
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Divulgação

O papa Francisco citou os incêndios que atingem o Pantanal após rezar o Angelus nesta segunda-feira (12), no Vaticano. Ele lamentou a situação e prestou solidariedade às populações atingidas e aos voluntários e bombeiros que participaram do combate ao fogo. Na declaração, referiu-se diretamente ao Pantanal e lembrou que parte das queimadas não ocorrem por causas naturais, mas são provocadas por pessoas.

“Penso na costa oeste dos Estados Unidos, principalmente na Califórnia, e penso também nas regiões centrais da América do Sul, na zona do Pantanal, no Paraguai, nas margens do rio Paraná, na Argentina. Muitos incêndios são causados ​​por secas persistentes, mas também existem aqueles provocados ​pelo homem”, declarou o papa, após rezar o Angelus, enquanto fiéis o acompanhavam da Praça São Pedro.

“Desejo expressar minha proximidade às populações atingidas pelos incêndios que estão devastando várias regiões do planeta, bem como aos voluntários e aos bombeiros que arriscam suas vidas para apagar os incêndios”, também destacou. “Que o senhor sustente aqueles que estão sofrendo as consequências dessas catástrofes e nos torne atentos para preservar a criação.”

Em setembro, o pantanal– maior planície úmida do mundo, que se estende pelos Estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul – apresentou a sétima alta mensal consecutiva e bateu o recorde do registro histórico para o mês, com 8.106 focos de calor, alta de 180% em relação ao mesmo período do ano anterior, que teve 2.887 focos.

De acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 30 de setembro, o total de pontos de fogo no Pantanal – 18.259 – já supera em 82% o total de queimadas observado ao longo de todo o ano passado no bioma (10.025). E é o maior valor observado para o período de um ano desde o início dos registros do Inpe, em 1998. O maior valor até então era o de 2005, com 12.536 focos para 12 meses.

Em área, as queimadas já consumiram neste ano cerca de 23% do bioma, segundo estimativas do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ, compiladas até 27 de setembro. O cálculo aponta que o fogo atingiu até domingo 34.610 km².