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03/10/2017 às 06:29, Atualizado em 02/10/2017 às 21:30

Ônibus dos desejos: por Felipe Pereira

Conto.

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Divulgação

O ônibus traçou seu trajeto corriqueiro, Dilan adentrou no veiculo. Escolheu um assento e acomodou-se. Dilan viu as estradas mudarem, tinha certeza que entrara no mesmo ônibus de costume, o mesmo que o levava para seu lar. Desde a separação Dilan morava sozinho em seu apartamento. E tinha certeza que estavam inicialmente seguindo o mesmo trajeto, porém as estradas tornaram-se abstratas, como um limbo ligando a lugar nenhum. Encheu-se de pavor, sentiu ânsia, achou que iria vomitar.

Uma bela moça sentou-se ao lado de Dilan, ela estava tranquila. Como se fosse normal seguir a rota em que estavam trilhando.

- Uma ótima viajem, não acha? – Perguntou a moça, distraída.

- Você não está vendo? – Dilan questionou, incrédulo.

- Você está se referindo ao ônibus dos desejos? – Ela sorriu, compreendendo a confusão no homem ao seu lado.

- Ônibus dos desejos?

- Isso! Ele te leva aonde seu coração mais deseja ir.

- Para onde seu coração deseja ir? – Dilan quis saber.

- Para qualquer lugar onde haja paz. – Disse a moça. – E afinal, cheguei ao meu destino, foi um prazer te conhecer. – Completou.

Dilan viu a jovem descer do ônibus em um lugar que não reconheceu um lugar verde e cheio de vida. O automóvel seguiu viajem. Parou em uma cidadezinha interiorana, o viajante reconheceu a cidade. Desceu da condução, com tamanha alegria no olhar. Uma criança correu de braços abertos até ele. Dilan abraçou a filha que há muito tempo não via. E esse era o maior desejo do seu coração, estar ao lado da pessoinha que mais amava no mundo.

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