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23/02/2023 às 12:00, Atualizado em 23/02/2023 às 10:43

ONG de MS diz que yanomamis pediram que entidade permanecesse em território indígena

Entidade não esclarece quais ações foram efetivadas para evitar crise sanitária causada por doenças

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ONG de MS diz que yanomamis pediram que entidade permanecesse em território indígena - Divulgação/FAB

Alvo de diversas denúncias e matérias jornalísticas que buscam rastrear o paradeiro dos valores milionários recebidos pela Missão Evangélica Caiuá que, em teoria tem o objetivo de preservar a saúde indígena, a entidade afirmou que, em 2018, os indígenas Yanomamis pediram para que a organização permanecesse nas terras indígenas em Roraima.

Em nota de esclarecimento, a entidade afirma que a entidade atua no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami desde 2011 e quando houve um chamamento público para gerenciar o distrito, em 2018, a entidade não se candidatou, embora alegue ter feito um bom trabalho para a saúde dos indígenas, que hoje veem milhares de crianças, adultos e idosos morrerem por desnutrição e outras doenças.

A ONG aponta que com a decisão de não se candidatar para concorrer ao DSEI Yanomami, mas o líder indígena solicitou que a entidade não saísse de lá, já que o tratamento dado à população das aldeias era “humano e respeitoso”.

“[...] o líder Yanomami presente solicitou que a Missão Caiuá nao saísse de lá, pois eles eram tratados com humanidade e respeito, pelos colaboradores e os pagamentos dos salários eram feitos pontualmente”.

Na mesma nota, a organização aponta que todos os agentes de saúde e saneamento, que cuidavam da parte ambiental, contratados eram os indígenas que moravam na própria aldeia onde trabalhavam.

Esta afirmação vai de encontro com o encontrado no Hospital Porta da Esperança em Dourados, que é gerenciado pela Missão e presta serviços de saúde para moradores das aldeias Jaguapiru e Bororó. Lá, poucos indígenas são contratados para trabalhar e, quando o são, ocupam cargos no administrativo ou no asseio e limpeza.

Por sua vez, cargos de decisão, inclusive o da direção da unidade de saúde, coordenação e outras funções mais altas, são ocupados por pessoas brancas que fazem parte da Missão Caiuá.

A entidade ainda aponta que os relatos de casos de desnutrição e malária não são recentes, mas reconhece que o território indígena vive crises constantes de casos de verminoses, diarreia e doenças como pneumonia.

Ainda de acordo com a nota, em 2021, foi solicitado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena à Missão que fizesse um projeto de intervenção com ações complementares de atenção à saúde.

De acordo com a organização, o levantamento foi realizado e o projeto foi encaminhado para a Coordenação Geral de Planejamento e Orçamento, que foi aprovado. No entanto, na nota não fica claro quais as medidas tomadas para evitar a crise sanitária.

Com informações do Correio do Estado

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