Publicado em 14/03/2017 às 19:30, Atualizado em 14/03/2017 às 20:51

Olimpíada de matemática vai abranger escolas privadas

Aberta a estudantes do 6º ano do ensino fundamental ao ensino médio, a Obmep tem o objetivo de incentivar o ensino da matemática e revelar talentos.

Redação,

Para incentivar o estudo da matemática em todo o País, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) mudou o formato da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).

Neste ano, além dos alunos das escolas públicas, jovens de escolas particulares também podem participar da 13ª Obmep.

"Analisando os resultados que a Obmep vêm obtendo no universo da escola pública, chegamos à conclusão de que não há razão para negar às demais escolas o acesso a esses benefícios visando à descoberta de jovens talentosos e à melhoria do ensino da matemática no nosso País".

Desta forma, estamos integrando a Obmep com a Olimpíada Brasileira de Matemática, que sempre foi aberta a todas as escolas", explica o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana.

Aberta a estudantes do 6º ano do ensino fundamental ao ensino médio, a Obmep tem o objetivo de incentivar o ensino da matemática e revelar talentos.

No ano passado, foram quase 18 milhões de inscritos, com a participação recorde de 99,6% dos municípios do País.

Apesar da mudança, os alunos das escolas públicas continuam concorrendo ao mesmo número de medalhas das edições: 6.500 medalhas (500 de ouro, 1.500 de prata, 4.500 de bronze), além de mais de 46 mil menções honrosas.

Os concorrentes das instituições privadas serão agraciados com 975 medalhas (75 ouros, 225 pratas, 675 bronzes) além de 5.700 menções honrosas. As provas da primeira fase vão ser aplicadas em 6 de junho.

Inovação em sala de aula

Além de despertar o interesse dos estudantes e revelar talentos, a Obmep promove formas inovadoras no ensino da matemática, além da mobilizar escolas, alunos e professores em torno do evento.

Um exemplo vem da Escola Municipal Francis Hime, Rio de Janeiro (RJ). No início da carreira como professor, há 21 anos, Luiz Felipe Lins percebeu que as práticas de ensino não haviam mudado desde sua época de aluno.

A partir daí, ele se juntou a outros professores de matemática para pensar uma forma diferente de ensinar, mais focada no raciocínio e na solução de problemas e menos na memorização de fórmulas.

Luiz Felipe criou um grupo de estudos aos sábados e inscreveu alguns estudantes, sem a pretensão de obter resultados expressivos. De cara, sete foram premiados.

A partir daí, os alunos de Luiz Felipe passaram a colecionar medalhas. Entre 2005 e 2016, conquistaram 197 premiações, incluindo oito medalhas de ouro. Para empolgar os estudantes, o professor utiliza jogos, vídeos e situações do cotidiano.

"O nosso método fez com que nos destacássemos nas olimpíadas, mas não foi criado para isso. Ele serve mais como pretexto para mobilizar essa garotada a chegar a lugares mais distantes, a partir de educação", diz.

Inscrições

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas é uma realização do Impa com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).

É promovida com recursos oriundos do contrato de gestão firmado pelo Impa com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Ministério da Educação (MEC).

As inscrições para a olimpíada podem ser feitas na página da Obmep.