Publicado em 10/01/2018 às 14:31, Atualizado em 10/01/2018 às 10:54

Novo ano, novos reajustes: após queda na cobrança, taxa de energia deve ter alta de até 9% em MS

Energisa afirma que diminuiu tarifas para os consumidores do Estado, mas estudo prevê que 2018 não segue em ritmo animador.

Redação,

Apesar da recente entrada em vigor da bandeira branca e de um ano de queda nos reajustes da taxa de energia elétrica em Mato Grosso do Sul, 2018 deve ter impacto negativo nas contas do consumidor. A expectativa de especialistas em economia é que haja ao menos dois reajustes, ambos acima da inflação.

Segundo levantamento da consultoria especializada TR Soluções, as tarifas de energia devem subir, em média, 9% neste ano. A projeção vale para todas as classes de consumo de 40 distribuidoras, que reúnem 97% do mercado brasileiro de distribuição de energia elétrica, incluindo a Energisa, concessionária que atende a maioria dos municípios de Mato Grosso do Sul.

O aumento do encargo da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o custo da energia – pressionado pelo risco hidrológico – devem ser os principais fatores por trás das variações das tarifas em 2018 deve ter um impacto médio de 3,7% nas tarifas. No caso das distribuidoras que passam por revisão tarifária, também deve pesar o repasse, aos consumidores, da remuneração dos ativos de distribuição.

O aumento será mais significativo nos submercados Sul, Sudeste e Centro Oeste, chegando a uma média de 6% para os consumidores em alta tensão das distribuidoras dessas regiões. O porcentual é superior ao divulgado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) – de 2,14% – porque a análise da TR considera também o componente financeiro do aumento no encargo, não apenas o econômico.

‘Altas e baixas’

A Energisa proporciona energia elétrica a aproximadamente 993 mil unidades consumidoras, cujo consumo de energia elétrica representa um faturamento anual na ordem de R$ 2,04 bilhões.

Em abril do ano passado, a tarifa sofreu desconto médio de 1,92%, como parte do processo de Revisão Tarifária Periódica. O desconto se somou a uma queda de 13,81%, relativo à cobrança equivocada do EER (Encargo de Energia de Reserva) pela Aneel.

Em Mato Grosso do Sul e no restante do país, já está em vigor desde o dia primeiro de 2018 a tarifa branca da conta de luz, que permite ao consumidor pagar pela energia de acordo com o dia e o horário de consumo. A adesão é vantajosa apenas para clientes que não utilizam equipamentos elétricos das 16h30 às 22h, a depender da sua área de concessão.

Se você consome mais de 500 kWh por mês e usa energia elétrica de madrugada, de manhã, no início da tarde ou no final da noite, a Tarifa Branca pode ser vantajosa, reduzindo o valor da tarifa de energia. Porém, deve ter muita disciplina e só consumir energia nesses períodos do dia. Caso contrário, poderá aumentar a tarifa em 127%.

Menos chuva, mais tarifa

De janeiro a abril - o período considerado chuvoso-, as principais hidrelétricas brasileiras devem gerar em média o equivalente a 85% da energia que vendem, de acordo com a TR. Isso significa dizer que, se as chuvas não ajudarem e as geradoras produzirem algo abaixo disso, as tarifas poderão subir ainda mais. Além do regime de chuvas, os encargos incluídos na tarifa também explicam as previsões pouco animadoras.

A conta que inclui todas as políticas públicas ligadas ao setor, como o programa Luz para Todos e a tarifa social de energia -chamada de CDE-, deve passar de R$ 9,3 bilhões neste ano para R$ 12,6 bilhões em 2018. Quem paga a fatura - o tema está em audiência pública na Aneel - é o consumidor.

O crescimento econômico é outro ponto de atenção para os especialistas. O consumo total de energia do país está em nível próximo ao registrado em 2014, e o setor se questiona como a demanda deve se comportar em um ambiente de retomada da economia - e seu impacto na tarifa, já que a procura maior por energia a encarece.

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