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26/11/2019 às 18:00, Atualizado em 26/11/2019 às 17:31

Novas vagas não suprem nem 12% no déficit dos presídios em regime fechado de MS

Mesmo com unidades inauguradas, superlotação predomina.

Mesmo com a inauguração de novas unidades prisionais em Mato Grosso do Sul, o número de vagas que vão surgir até março do ano que vem não suprem nem 12% do déficit da massa carcerária em regime fechado de todo o Estado.

O estado abriga hoje 14.074 detentos e detentas para 4.243 vagas, totalizando um déficit de 9.831 prisioneiros. Mesmo com a inauguração da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, com 603 vagas, realizada nesta terça-feira (26), além da unidade B masculina com o mesmo quantitativo de lugares que será inaugurada em março de 2020, o número de vagas ainda não é o suficiente para abrigar todos os detentos dessa categoria considerado em maior número. Presos no semiaberto e aberto se somatizam em apenas 3.498.

Fora do regime fechado, esse número é bastante expressivo. Ao todo, Mato Grosso do Sul tem atualmente 17.572 detentos, entre mulheres e homens, nos regimes fechado, semiaberto, aberto, além de outros 1.816 monitorados eletronicamente. Só que o total de vagas é de 9.472, o que indica que há 8.100 internos além da capacidade abrigados nas penitenciárias estaduais.

Conforme os números da Agepen, a maior unidade penal do Estado ainda é o Presídio de Segurança Máxima, localizado no Complexo Penitenciário Jardim Noroeste, em Campo Grande. Apesar de ter somente 642 vagas, atualmente a penitenciária abriga 2.440 detentos.

Os números também chamaram a atenção do Governo do Estado. Durante inauguração da penitenciária modelo A, o governador Reinaldo Azambuja, disse que a previsão é que o número aumente em 2.200 vagas com ampliação de presídios e novas inaugurações, mas com o aumento de prisões, principalmente pelo tráfico de drogas- uma vez que Mato Grosso do Sul é o estado fronteiriço com dois países reconhecidos pelo tráfico de entorpecentes (Paraguai e Bolívia) os números aumentam e muito. “Dos 19 mil e duzentos presos em todo o sistema penitenciário sul-mato-grossense, metade são presos do tráfico, nós somos o estado que mais apreende drogas e esse ano devemos passar das 500 toneladas, então aumenta muito o número de presos. A gente tem que ampliar vagas e estamos fazendo, mas se não tivermos parceria que estamos buscando por vias judiciais principalmente de custear esses presos que a maioria são de outros estados, isso acaba sendo pago pela sociedade sul-mato-grossense e isso não é justo”, disse o governador.

Representando o Ministro da Justiça Sérgio Moro, o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) Fabiano Bordignon, disse que o objetivo do Ministério na segurança pública é abrir novas vagas nos presídios e focar na retomada das administrações com investimento em inteligência dentro das unidades. Segundo Bordignon, mais de 70 organizações criminosas do Brasil vieram de dentro dos presídios. “Temos o objetivo de focar nas ruas, os estabelecimentos não deve ser o foco do crime organizado, vamos focar nos presídios também, mas não adianta só as forças do governo, o preso também precisa querer melhorar”, finalizou.

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