Publicado em 12/11/2016 às 09:33, Atualizado em 12/11/2016 às 10:10

Nova Andradina receberá circuito sul-mato-grossense de teatro

O título da peça faz referência à chuva como um elemento simbólico de grande importância no contexto da obra.

Redação,
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Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro traz para Nova Andradina o espetáculo “Cheiro de Chuva”

Foto: Divulgação

Com apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e por meio da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei) e da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), o Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro – temporada 2016, traz para Nova Andradina, no dia 19 de novembro, o espetáculo “Cheiro de Chuva”, do grupo teatral Cena Viva. A apresentação é gratuita e acontece às 19h no Corpo Ativo Espaço Cultural.

CIRCUITO | O Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro divulga as produções do Estado e estimula a cultura. Fomenta a formação de plateia e o surgimento de novos grupos por meio de ações alternativas, pesquisas e intercâmbios entre os participantes. De acordo com Secretaria Municipal de Educação, o coordenador do Núcleo de Teatro da Fundação de Cultura, Márcio Veiga, o projeto já passou por 60 cidades e contemplou um público aproximado de 85 mil pessoas. Ao todo 42 grupos teatrais encantaram os participantes em 275 apresentações.

“O Circuito possibilitou uma melhor visualização do que é produzido no Estado, já que muitas peças não são vistas no interior por falta de espaços. O projeto aproxima o espetáculo da plateia”, explica. “O projeto já é executado há alguns anos. Porém, nesta gestão ele foi intensificado. Chegaremos nesta edição a 48 municípios. Além disso, todos os espetáculos foram selecionados por edital aberto, transparente, com ampla atuação do setorial na definição das diretrizes”, acrescenta o secretário Renato Roscoe.

CHEIRO DE CHUVA | O texto, de Bosco Brasil, considerado um dos mais importantes dramaturgos brasileiros da atualidade, mostra uma professora de dança de salão que ensina seu aluno a dançar uma coreografia que será apresentada na festa de aniversário de casamento dele. A peça retrata o último dia de aula, após um ano de ensaios. Durante esse tempo, ambos acabam por apaixonar-se um pelo outro, mas são incapazes de expressar seus sentimentos. Eles dirigem suas falas aos espelhos da sala de aula, sem nunca se ouvirem, e por meio destes monólogos solitários, ora cômicos, ora ternos ou poéticos, o público entra em contato com seus pensamentos, lembranças, fantasias e devaneios.

O título da peça faz referência à chuva como um elemento simbólico de grande importância no contexto da obra. Ela é mencionada várias vezes, tornando-se quase uma personagem. Por exemplo, foi em um dia chuvoso que o aluno veio pela primeira vez ao encontro da professora; e esta, por sua vez, nos conta que apaixonou-se pelo aluno ao vê-lo na rua, protegendo-se de um aguaceiro.

A peça pode ser entendida como uma metáfora bastante atual do indivíduo no mundo moderno, em que, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico e do avanço das redes de comunicação interativa, muitas pessoas ainda se sentem sozinhas, isoladas e com receio de se aproximarem, preferindo relações virtuais.