Publicado em 09/10/2020 às 16:31, Atualizado em 09/10/2020 às 13:15

Mulher acusa médico de beijá-la à força em consulta; 3ª denúncia contra agressor

Nas duas primeiras denúncias, uma recepcionista e uma vendedora, alegam ter sofrido assédio sexual durante consultas

Redação,
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Divulgação

Uma mulher de 27 anos afirma ter sido beijada e abraçada à força por um médico de Santos, no litoral paulista, durante uma consulta oftalmológica em um hospital especializado em São Paulo.

Ela disse, conforme o G1, que o homem ainda colocou a mão dela sobre a calça dele, nas partes íntimas. Esse é a terceira denúncia de importunação sexual contra o médico R.I.P.N., que já havia sido acusado por duas pacientes com suspeita de Covid-19 em São Vicente.

Nas duas primeiras denúncias, uma recepcionista e uma vendedora, alegam ter sofrido assédio sexual durante consultas com o médico no Centro de Controle do Coronavírus de São Vicente. O médico teria afirmado que elas estavam "estressadas" e que precisavam "dar uma relaxada".

O terceiro caso teria ocorrido no Hospital dos Olhos de São Paulo na última segunda-feira (5). A representante comercial Angélica Santos, de 27 anos, conta que marcou uma consulta com o médico após ter ido à unidade no dia 19 de setembro para acompanhar os pais. “Meu plano não é conveniado com essa clínica e eu nunca tinha passado com ele. Por causa da idade do meu pai, que tem 65 anos, também entrei na sala”, afirma.

Durante a consulta, o médico teria oferecido à ela para fazer o exame. "Falei que não tinha convênio lá. Ele falou para eu sentar que ia ver meu grau. Até achei estranho, porque eu não ia pagar a consulta, mas como estava lá, fiz”, explica. O profissional a examinou e disse que o grau dela tinha aumentado, a orientando a voltar outro dia, pois queria fazer um exame específico. Segundo a jovem, a justificativa para um novo procedimento é que o doutor queria ver as taxas hormonais dela.

“Eu tive uma filha há dois anos e ele disse que isso poderia influenciar no aumento do grau”. A consulta foi marcada para o último dia 5. Angélica compareceu ao local com a filhinha, e inicialmente, a consulta correu bem, até que o médico pediu para que ela tirasse a máscara de proteção, pois faria o exame de vista novamente e o acessório poderia interferir. O procedimento específico, segundo a vítima, não teria sido realizado.

"Ele não fez o exame que disse que faria. Colocou uma luzinha nos meus olhos, disse que eu estava com uma alergia e que era estranho. Aí falou: 'você precisa desestressar’”, explica. Nesse momento, a jovem disse ao médico que não tinha muito o quê fazer, porque cuidava da filha sozinha, e o homem perguntou se era casada e sobre o pai filha dela.

“Em seguida, ele começou a perguntar o que faltava em mim. Se era coragem, vontade ou oportunidade. Me perguntou várias vezes, só que eu não sabia o que responder, fiquei sem reação. Sempre falava que não sabia. Depois ele perguntou: ‘Se fosse agora, o que você faria para desestressar?’ Ainda falei que não faria nada”, conta. Ao fim da consulta, a jovem foi pegar a receita do medicamento para sair da sala, já que não estava se sentindo bem com a situação.

“Quando eu levantei, ele veio na minha direção, dizendo que eu precisava de um abraço. Eu não queria abraçá-lo. Ele me abraçou e me beijou à força. Eu empurrei ele e fui para trás. Ele pegou a minha mão e passou na calça dele, nas partes íntimas”, afirma.

Ela contou que não conseguiu gritar ou pedir socorro. Depois que conseguiu se soltar, Angelica pegou a filha e saiu do consultório. “A gente [vítimas] se sente envergonhada. Mandei mensagem para a minha mãe contando o que ocorreu”, conta. Angélica pensou em não denunciar, mas ao pesquisar na internet sobre o médico, encontrou os outros dois casos de Vivian Herculano Salvatore e Jocimari Fonseca.