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24/10/2021 às 10:01, Atualizado em 23/10/2021 às 20:41

MST ocupa fazenda em Mirante do Paranapanema e pressiona Dória a arrecadar mais terras

Ainda segundo o MST, essa é a 10ª vez em que a Fazenda Santa Cruz do Kurata, que tem cerca de 1.400 hectares, é ocupada

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Integrantes do MST ocuparam fazenda em Mirante do Paranapanema - Foto: Divulgação MST

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam na manhã deste sábado (23) uma fazenda em Mirante do Paranapanema (SP), na região conhecida como Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo.

Cerca de 50 pessoas participam da mobilização, que, segundo o MST, tem o objetivo de pressionar o governo do Estado a arrecadar mais terras para a reforma agrária e a criação de novos assentamentos de trabalhadores rurais.

O movimento social pontuou que existem cerca de 150 mil hectares de terras no Pontal do Paranapanema já julgadas devolutas ao Estado pelo Poder Judiciário, além de outros 540 mil hectares ainda em fase discriminatória.

“A ocupação é uma ferramenta legítima de luta pela terra e aqui estamos cobrando o Estado pela agilidade na destinação de terras para assentamentos de reforma agrária, pois as famílias trabalhadoras sem-terra são diretamente impactadas neste momento de crise e precisam da terra para ter uma forma de viver e de trabalhar”, afirmou o dirigente do MST no Pontal do Paranapanema, Aparecido Gomes Maia.

Ainda segundo o MST, essa é a 10ª vez em que a Fazenda Santa Cruz do Kurata, que tem cerca de 1.400 hectares, é ocupada, em Mirante do Paranapanema, desde 1995.

O grupo também fez críticas ao projeto de lei 410/2021, que é de autoria do governador João Doria Junior (PSDB) e que está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Segundo o MST, apesar de se propor a oferecer para as famílias assentadas em assentamentos estaduais o título de domínio da terra, o referido projeto “na verdade se trata de uma grande manobra do Estado para facilitar a privatização das terras públicas e para criar facilidades para a entrada do capital no campo”. Além disso, o movimento pontuou que o projeto traz, ainda, diversas condicionantes que podem levar as famílias ao endividamento e até a perda da terra.

O MST salientou que o projeto “será uma oportunidade grande para a reconcentração fundiária no Estado de São Paulo e para a expansão do capitalismo agrário no campo”.

Em nota a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) informou que, por meio da sua Assessoria de Mediação de Conflitos, está ciente da ocupação e acompanha o caso.

Com informações do G1 Presidente Prudente

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