Publicado em 14/06/2025 às 16:04, Atualizado em 14/06/2025 às 17:17
Estado registra 96,3% de alfabetização, mas ainda possui 83 mil pessoas que não sabem ler nem escrever; maioria é idosa, preta ou parda
Mato Grosso do Sul alcançou em 2024 a oitava menor taxa de analfabetismo do Brasil, com índice de 3,7%, equivalente a uma taxa de alfabetização de 96,3%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) – Educação, divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da boa posição no ranking nacional, o Estado registrou uma leve piora em relação ao ano anterior, quando o índice de analfabetismo era de 3,9%. Segundo o levantamento, cerca de 83 mil pessoas ainda não sabem ler nem escrever em Mato Grosso do Sul. O Distrito Federal lidera com a menor taxa de analfabetismo do país (1,8%), enquanto Alagoas ocupa a última posição, com 14,3%.
A pesquisa também revela importantes desigualdades sociais. Entre idosos com 60 anos ou mais, o analfabetismo chega a 12,9%, uma taxa 3,5 vezes maior que a média geral. Esse grupo representa 61,5% de todas as pessoas analfabetas no Estado.
A desigualdade também aparece com mais força quando os dados são recortados por raça e gênero. Pessoas pretas ou pardas têm taxa de analfabetismo de 4,6%, acima dos 2,6% entre brancos. Entre idosos pretos ou pardos, o índice salta para 17,1%, mais que o dobro da taxa entre brancos da mesma faixa etária (8,3%).
Por outro lado, os indicadores são mais positivos entre os mais jovens. Entre a população de 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo é de 3,7%. No grupo de 25 anos ou mais, o índice é de 4,5%, sinalizando avanços no acesso à educação básica.
As mulheres continuam se destacando em relação à escolarização. Em 2024, a taxa de analfabetismo entre elas ficou em 3,7%, frente a 3,8% entre os homens. No entanto, entre os idosos, a diferença se inverte: 13,3% das mulheres com 60 anos ou mais são analfabetas, contra 12,4% dos homens.
Além disso, as mulheres apresentam maior escolaridade média: 10,6 anos de estudo, frente a 10 anos dos homens. A diferença é ainda mais expressiva no ensino superior — 21% das mulheres com 15 anos ou mais possuem diploma universitário, contra 16% dos homens.