Publicado em 27/10/2019 às 06:29, Atualizado em 26/10/2019 às 14:05

MS está entre os dez estados que menos utilizam agrotóxicos

A constatação está no Censo Agropecuário divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE.

Redação,
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Foto - Reprodução Correio do Estado

Mato Grosso do Sul figura entre os dez estados que menos utilizam agrotóxicos no País. Conforme dados do Censo Agropecuário 2017, divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). MS está na 20ª posição, enquanto grandes produtores como Rio Grande Sul e Mato Grosso figuram, respectivamente, na segunda e na oitava posições.

Enquanto em Santa Catarina (estado que registrou o maior uso de agrotóxicos) mais de 70% dos estabelecimentos agropecuários utilizavam agrotóxicos em 2017, Mato Grosso do Sul registrou pouco mais de 20% de estabelecimentos que utilizavam agrotóxicos. Outro dado positivo apresentado pelo Censo é que o Estado tem o 8º maior porcentual de produtores que declararam não utilizar agrotóxico em seus estabelecimentos.

Apesar disso, o porcentual de produtores que utilizam agrotóxicos cresceu 36,3% em relação a 2006. De acordo com o Censo, 15.547 produtores utilizaram agrotóxicos em 2017. Em 2006, os que declararam utilizar agrotóxicos somavam 11.403 produtores.

O Censo Agro apontou ainda que entre 2006 e 2017, o número de estabelecimentos em MS cresceu 9,7%, enquanto que a área total ocupada por estabelecimentos agropecuários aumentou 0,9%. Em 2017 foram registrados 71.164 estabelecimentos agropecuários que ocupavam uma área de 30.549.179 hectares. Se comparada à área total de estabelecimentos agropecuários em cada unidade da Federação, MS possui o 3º maior número do País – há um aumento de 0,9% em relação a 2006, ano em que foram registrados 30.274.975 de hectares.

PASTAGEM

As áreas de lavouras e silvicultura cresceram e as de pastagens diminuíram em Mato Grosso do Sul. Entre 2006 e 2017, houve crescimento na área utilizada para lavouras, que teve grande destaque, crescendo mais de 62%, passando de 7,4% para 11,8% da área total dos estabelecimentos. Por outro lado, houve redução nas áreas de pastagem plantadas, passando de 49% em 2006 para 44,2% em 2017; e nas pastagens naturais, passando de 20,5% para 16,1% da área total. O Censo mostra, ainda, a quantidade de hectares destinados a matas naturais, que passou de 19,9% para 21,9%.

O destaque é o crescimento de 861% das matas plantadas, que são as áreas destinadas à silvicultura, passando de 0,3% para 3,3%. Entre 2006 e 2017, a participação na área total dos estabelecimentos iguais ou maiores a 1.000 hectares, praticamente se manteve estável: subindo de 77,1% para 77,3%. Da mesma maneira se comportaram os estabelecimentos de 100 a menos de 1.000 hectares, que passaram de 19,8% para 19,5%. Nos estratos intermediários (de 10 a menos de 100 ha), a participação também se manteve praticamente estável, variando de 3,10% para 2,84%.

O grupo de estabelecimentos com menos de 10 hectares apresentou a menor participação na área total, representando apenas 0,3% da área total de estabelecimentos do Estado. No entanto, a quantidade de estabelecimentos agropecuários deste grupo teve um crescimento de 39% entre 2006 e 2017, passando de 13.398 estabelecimentos para 18.628.

PERFIL DO PRODUTOR

O perfil do produtor rural de Mato Grosso do Sul também mudou com o crescimento da participação de mulheres e idosos. De acordo com a pesquisa, entre 2006 e 2017, o total de estabelecimentos nos quais o produtor é do sexo feminino passou de 10,5% para 19,1% (13.638 pessoas), enquanto os homens reduziram de 89,5% para 79,8% (56.832) do total.

Quanto à idade, houve redução na participação dos grupos de menores de 25 anos (2,3% para 1,3%); de 25 a menos de 35 (11,5% para 6,7%); de 35 a menos de 45 (22,6% para 15,6%); e de 45 a menos de 55 (26,5% para 24,2%). Os grupos mais velhos aumentaram sua fatia: de 55 a menos de 65 (20,9% para 26,6%) e de 65 ou mais (15,9% para 25,4%).

Quanto à escolaridade do produtor, enquanto no País 23,03% declarou não saber ler nem escrever, no Estado o porcentual foi de 7,02%. MS também registrou que 18,64% dos produtores têm nível superior. No Brasil, o porcentual é de 5,89%.