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24/10/2017 às 13:33, Atualizado em 24/10/2017 às 13:01

MPE-MS arquiva inquérito sobre travesti condenada por morte de policial

Inquérito apurava se Alexia estava estudando e trabalhando na prisão.

O Conselho Superior do MPE-MS (Ministério Público Estadual) deliberou pelo arquivamento de um inquérito civil que apurava se a travesti Alexia, condenada a 24 anos de prisão pela morte de um policial civil, estaria cumprindo regularmente sua carga horária de estudos e de trabalho prisional.

A deliberação do Conselho foi publicada no Diário Oficial do MPE-MS desta terça-feira (24), e correspondeu ao voto do conselheiro Antonio Siufi Neto, procurador relator do caso.

A investigação tinha como alvo o Instituto Penal de Campo Grande, onde a travesti seria interna. Após a instauração do inquérito, pela 50ª Promotoria de Justiça da Execução Penal da Capital, foi constatado que houve uma falha na indexação de informações sobre a ficha prisional de Alexia.

O próprio diretor do Instituto Penal da Capital teria reconhecido a falha. No curso da investigação, a falha foi corrigida e documentos, como atestado de trabalho e de presença escolar, comprovaram que a travesti estaria estudando e trabalhando regularmente.

A Prisão

Alexia foi condenada a 24 anos de reclusão pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, no caso do assassinato do policial civil Dirceu Rodrigues dos Santos, ocorrido em 2014. A travesti confessou ter sido a responsável pelos tiros que mataram o policial.

O assassinato ocorreu enquanto Dirceu, investigador da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) investigava o roubo de uma joia no qual Alexia teria participado. Outras quatro pessoas também eram acusadas de participar da morte do policial.

Segundo o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, ficou comprovada a “culpabilidade intensa” da acusada, que teria disparado “friamente” contra a cabeça do policial, e confessado estar com raiva no momento do crime. Sua pena foi diminuída em um ano por ter confessado o crime.

O Roubo

O roubo investigado por Dirceu, que culminou em sua morte, ocorreu na Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Rua 13 de Maio. Alexia e uma outra travesti teriam roubado uma jóia avaliada em R$ 80 mil de um empresário, que não teve seu nome divulgado.

As travestis alegaram ter roubado a jóia como “penhora”, por terem feito um programa com o empresário, que não pagou pelos serviços. Dirceu investigava o crime quando foi assassinado, no dia 7 de janeiro de 2014, em uma residência no bairro Campo Nobre.

O investigador teria chegado à residência onde a jóia estava guardada quando foi surpreendido pelo grupo, que incluía Alexia e seu irmão, Alexandre Gonçalves Rocha. Ele recebeu três tiros, dois na cabeça e um no abdômen. Um policial parceiro que acompanhava a investigação conseguiu fugir.

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