Morre José Maria Marín, ex-presidente da CBF condenado no escândalo Fifagate

Morreu na madrugada deste domingo (20), aos 93 anos, o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marín. Segundo o portal Globo Esporte, ele teria passado mal em casa, na capital paulista, e foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, mas não resistiu. 

Marín presidiu a CBF entre março de 2012 e abril de 2015, período em que comandou a entidade durante a Copa do Mundo da FIFA (Federação Internacional de Futebol Associação), realizada no Brasil. No final de sua gestão, foi preso na Suíça, a pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, acusado de participação em um esquema internacional de corrupção.

O caso ficou conhecido como Fifagate, e resultou em sua condenação pela Justiça norte-americana a quatro anos de prisão em regime fechado, além de dois anos em liberdade condicional. Marín também foi multado em US$ 1,2 milhão e teve US$ 3,3 milhões confiscados, valores correspondentes a ganhos ilícitos em competições de futebol. Em 2020, foi libertado por questões de saúde e retornou ao Brasil.

Além da trajetória à frente da CBF, José Maria Marín era advogado e teve carreira política. Atuou como vereador e deputado estadual em São Paulo nas décadas de 1960 e 1970, foi vice-governador do Estado nos anos 1980 e chegou a assumir o governo em 1982, quando Paulo Maluf deixou o cargo para disputar as eleições. Também presidiu a FPF (Federação Paulista de Futebol) entre 1982 e 1988 e chefiou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México.

A causa da morte não foi divulgada. Em 2023, Marín sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), também em São Paulo.

Medalha - Um dos casos mais emblemáticos envolvendo José Maria Marín foi quando o ele foi flagrado colocando no bolso uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians, que tinham vencido a Copa São Paulo de Juniores, em janeiro de 2012.

Na época, Marín ainda não havia assumido a CBF e a Federação Paulista disse que a medalha já estava reservada a Marin, no entanto, um dos goleiros do Corinthians acabou sem receber a premiação, e somente após a festa a FPF enviou uma medalha ao atleta.