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27/06/2021 às 14:30, Atualizado em 27/06/2021 às 11:09

Ministério Público recorre de decisão que absolveu tenente-coronel que matou o marido major

Tribunal do Júri acatou tese da legítima defesa e Itamara Romeiro foi absolvida na última quarta

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Foto - reprodução Correio do Estado (Bruno Henrique)

O Ministério Público Estadual (MPMS) recorreu da decisão que absolveu a tenente-coronel da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Itamara Romeiro Nogueira, da acusação de assassinar o marido, o major Valdeni Lopes Nogueira, também da PM.

O recurso de apelação foi apresentado nessa sexta-feira (25) pelo promotor de Justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos.

No documento, o promotor requer vista dos autos para o oferecimento das razões que motivaram o recurso.

Itamara Romeiro foi julgada na última quarta-feira (23), em júri popular na 2ª Vara do Tribunal de Justiça, e foi absolvida por 4 votos a 3.

O crime aconteceu no dia 12 de julho de 2016, na casa do casal, localizada na Avenida Brasil Central, Bairro Jardim Santo Antônio, na Capital.

A defesa de Itamara alegava que a morte foi em legítima defesa.

Já o Ministério Público alegava que Itamara matou o marido sem legítima defesa, quando ele se dirigia à porta da casa que dá acesso à garagem para deixar o local.

O único ponto em que acusação e defesa concordaram é que o relacionamento entre Itamara e Valdenir era conturbado por muitas brigas e discussões.

O caso

Em 12 de julho de 2016, a briga entre os dois policiais militares começou porque o major Valdeni Lopes Nogueira, então com 44 anos, desistiu de viagem de férias do casal, para Alagoas. O embarque estava marcado para o dia seguinte.

Segundo versão de Itamara, Valdenir não apresentou justificativa para a desistência e, durante a briga, começou a agredi-la com socos no rosto e braços.

Além das agressões, Valdenir Lopes teria dito que pegaria arma no carro e que atiraria na cabeça da esposa. Nesse momento, ela fez dois disparos contra ele. Os tiros acertaram a vítima nas costas.

A tenente-coronel Itamara tem vasta carreira na Polícia Militar e até posou para livro da instituição como representante de bons exemplos.

Depois do crime, ela permaneceu na ativa até dezembro de 2020, quando foi reformada administrativamente pelo Conselho de Justificação da Polícia Militar, o que significa que ela não pode exercer nenhum trabalho ativo na corporação.

Em maio de 2020, transferência para a reserva remunerada, com salário de mais de R$ 22 mil, foi publicada pela Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul.

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