Publicado em 28/07/2022 às 13:24, Atualizado em 28/07/2022 às 16:30

Ministério da Justiça manda Força Nacional para terras em indígenas em MS

De hoje até o fim do ano, corporação vai atuar em Amambai, Caarapó e Naviraí

Redação,
Cb image default
Indígenas guarani-kaiowá durante cortejo para enterro de Vitor Fernandes, morto em conflito - Foto: Iara Cardoso

O Diário Oficial da União publicou hoje (28) a autorização do emprego da Força Nacional de Segurança Pública em três municípios de Mato Grosso do Sul, Caarapó, Naviraí e Amambai, onde nos últimos 30 dias ocorreram dois assassinatos de indígenas, um deles num embate envolvendo policiais militares.

Pela portaria, a determinação começa hoje e segue até o fim do ano.

De acordo com a portaria número 136, a Força Nacional vai auxiliar "nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado, até 31 de dezembro de 2022".

Ainda conforme a portaria, "o contingente a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento definido pela Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública".

Conflitos

Cerca de um mês atrás, um batalhão da Polícia Militar foi a uma fazenda, conhecida como Borba da Mata, em Amambai, ocupada por indígenas que brigam pela área.

Lá, segundo relatos do povo guarani e kaiowá, os policiais atiraram contra os ocupantes.

Um indígena de 42 anos foi morto e ao menos dez, entre os quais adolescentes, foram feridos.

Duas semanas depois, outro indígena foi morto a tiros já numa área fora da região ocupada. Há suspeitas indicando que a vítima teria sido morta por fazer parte da ocupação da área que, para os indígenas chama-se Guapoy.

No município de Naviraí, também no mês passado, segundo os indígenas que aguardam demarcação de uma fazenda e que vivem num acampamento denunciaram que foram atacadas por seguranças contratados por fazendeiros.

Já em Caarapó, onde já ocorreram históricos de assassinatos de indígenas, é constante as ameaças, segundo declarações de líderes da comunidade indígena.

Conteúdo - Correio do Estado