O prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), conhecido por se autointitular o “prefeito mais louco do Brasil”, foi condenado pela Justiça a prestar um mês de serviços comunitários por ter ameaçado o deputado estadual Renato Câmara (MDB) durante uma entrevista concedida em 2021. A decisão foi tomada pela Seção Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul na última quarta-feira (25), e ainda cabe recurso.
A sentença decorre de declarações feitas por Ferro que, segundo a Justiça, ultrapassaram os limites da crítica política e configuraram ameaça direta à integridade física do parlamentar. Em trecho reproduzido nos autos, o prefeito diz: “A hora que ver que não der mais, sabe o que acontece? Acabo com a minha vida e com a dele. Já resolve esse problema, que está encaminhando para isso, desse cabra.”
A fala foi interpretada como uma ameaça concreta, agravada pelo histórico de animosidade entre os dois políticos. Renato Câmara já havia registrado boletins de ocorrência por ameaças anteriores envolvendo o prefeito. Após a entrevista, o deputado chegou a solicitar porte de arma e reforço na segurança pessoal. Em depoimento à Justiça, afirmou que as ameaças também se estendiam à sua família.
Durante o processo, Juliano Ferro alegou que as declarações tinham cunho político e que não havia intenção pessoal de agressão. A defesa tentou desqualificar o teor ameaçador das falas, mas não convenceu a corte.
Para o relator do caso, a ameaça ficou comprovada não apenas pela fala transmitida publicamente, mas pelo “real sentimento de insegurança causado na vítima e pela promessa de dano injusto”. A decisão ainda destacou o padrão de comportamento intimidatório do prefeito contra o parlamentar.
Ferro tem declarado publicamente o desejo de disputar o governo de Mato Grosso do Sul nas próximas eleições. Até a publicação desta reportagem, nem o prefeito nem o deputado se manifestaram oficialmente sobre a decisão judicial. O espaço segue aberto para eventuais posicionamentos.
Com informações do site Dourados Agora
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