Publicado em 26/04/2025 às 14:31, Atualizado em 26/04/2025 às 12:30

Instituto denunciou pratica de ceva em área que caseiro foi morto por onça

Área foi fiscalizada há cinco anos após turistas gravarem onça passeando na região

Redação,
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Foto - reprodução - arquivo

Há cinco anos, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) denunciou uma suposta prática de ceva para uma onça-pintada na mesma região em que o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, foi morto no último final de semana.

A denúncia ganhou força após pescadores gravarem o animal próximo a uma embarcação vista na região conhecida como “acampamento do Cinésio” localizado em uma espécie de tríplice fronteira entre a Estância Miranda, Fazenda do Cristo Redentor e Fazenda Carajá, situadas à margem do rio Miranda. A prática é proibida há 10 anos em Mato Grosso do Sul.

“A gente tá aqui com uma onça ao fundo, onça essa que vem sendo filmada por diversos barcos de turismo aqui da região, sendo alimentada por essas pessoas com a prática da ceva, lembrando que isso é uma prática proibida, um crime ambiental (...) dessa maneira vocês colocam em risco a sua própria vida e a vida do animal.”, disse um pesquisador ligado ao IHP.

Diante da situação, as imagens foram encaminhadas aos órgãos competentes para, segundo o IHP, “preservar a vida do animal e das pessoas que fazem uso aqui dessa região, como moradores ribeirinhos, pescadores profissionais e até mesmo os próprios turistas."

De acordo com a denúncia apurada à época pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), a onça foi vista no dia 31 de julho de 2020, na barranca do rio, ponto supostamente conhecido como “área de ceva” na região. Em uma ação conjunta entre Polícia Militar Ambiental, Imasul e Ibama percorreram toda região da barra do rio Miranda, Aquidauana, “Aquidauaninha” e Toro Morto, entretanto, “não avistaram nenhum felino na região”.

Na oportunidade, a fiscalização também ouviu Antônio Vicente Pastara, proprietário de uma pousada próxima, além do pescador Eder Aparecido de Oliveira, ambos, segundo a fiscalização, negaram a prática de ceva ao animal silvestre.

“De acordo com o Sr. Antônio, as ações de monitoramento e orientações sobre crimes ambientais devem ocorrer em período de pesca quando os turistas estão frequentando o local. Também conversamos com o pescador profissional Sr, Eder Aparecido de Oliveira, que em seus relatos corroborou com os demais, alegando não haver ceva para animais na região, o que acontece é que no período de estiagem, quando as águas baixam a partir do mês de julho é ‘fácil avistar a onça pintada às margens do rio’ e os turistas querem oferecer alimento ao animal.”, destaca trecho do documento.

Em relação às imagens publicadas pelos pescadores, a fiscalização constatou que no ponto observado “não havia sinal de ceva, nem rastros do animal.”

Com informações do Correio do Estado