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06/05/2017 às 13:00, Atualizado em 06/05/2017 às 00:19

Incra afirma que vai retomar reforma agrária em Mato Grosso do Sul

Segundo o órgão fundiário, desde 2014 nenhuma família é assentada no estado.

A reforma agrária vai recomeçar em Mato Grosso do Sul, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Durante encontro com lideranças de movimentos de sem-terra, em Campo Grande, o Incra afirmou que as vistorias nas áreas devem começar ainda neste mês.

Na mesa de negociações, representantes do Incra e trabalhadores rurais que vivem em acampamentos. A reunião acontece na mesma semana que 350 famílias desocuparam uma fazenda na região de Anastácio.

“Vamos lutar até destravar e essas famílias terem a conquista”, disse o coordenador do Movimento da Agricultura Familiar (MAF), Rodionei Merlim Coutinho.

Segundo a coordenação que representa nove movimentos sociais de luta pela terra, cerca de 17 mil famílias vivem em acampamentos em todo o estado. Elas cobram rapidez no processo de reforma agrária.

Desde 2014, quando 170 famílias foram assentadas numa área rural do município de Sidrolândia, o Incra não faz reforma agrária em Mato Grosso do Sul. Segundo o órgão fundiário, pelos menos 25 mil pessoas estão cadastradas à espera de um lote de terra.

Além do orçamento apertado, a superintendência aponta as ações judiciais que bloquearam cadastros e impediram vistorias de áreas como entraves no processo.

“A gente vai tanto trabalhar na linha de desapropriação, que é normal; existe hoje uma possibilidade de pagamento em dinheiro. Então, a gente vai ver dentre as demandas que a gente tem, das regiões que há demanda da reforma agrária, como é que a gente vai atuar”, disse o superintendente do Incra/MS, Humberto Cesar Mota Maciel.

Segundo o Incra, as vistorias nas áreas recomeçam ainda neste mês e é preciso uma trégua nas ocupações para que a reforma agrária aconteça pacificamente.

“Nenhuma superintendência do Incra consegue trabalhar com processos administrativos de desapropriação e ao mesmo tempo trabalhar correndo atrás de conflitos”, afirmou o ouvidor nacional do Incra, Jorge Tadeu.

Agilidade é tudo o que a trabalhadora rural Valdirene Vieira da Silva espera. Ela está há oito anos na fila para conseguir um pedaço de terra. “Não é fácil você ter os filhos, os netos, dentro do acampamento”.

Segundo o Incra , 27.826 famílias foram assentadas em Mato Grosso do Sul. Elas estão distribuídas em 204 assentamentos em vários municípios, em uma área total de 716.105 hectares.

Fonte - TV Morena

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