Publicado em 24/12/2020 às 09:03, Atualizado em 23/12/2020 às 23:30

Fim da vacinação contra febre aftosa em Mato Grosso do Sul é adiado para 2022

Ministério da Agricultura aponta que o cenário de evolução ainda não se mostra adequado

Redação,
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Foto - reprodução Correio do Estado

Mato Grosso do Sul se planejava para receber status de livre da febre aftosa já no próximo ano. O departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apresentou parecer que adia a suspensão da vacinação para 2022.

De acordo com o Mapa, a análise sobre os elementos e indicadores apresentados na reunião da equipe gestora do do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-Pnefa) indica que, “apesar do empenho dos estados para avançar no Plano Estratégico, o cenário de evolução conjunta ainda não se mostra adequado em nenhum dos blocos para a suspensão da vacinação contra a febre aftosa de forma segura”, informou o Ministério.

Com a decisão, fica mantida a vacinação contra a febre aftosa em 2022 nos blocos II (Amapá, Pará, Roraima e parte do Amazonas), III (Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte) e IV (Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo e Tocantins).

O presidente do comitê estadual, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, explica que a ideia era de que a última vacinação fosse realizada em novembro do ano que vem.

“Temos discutido isso no bloco, a nossa posição inicial era retirar em novembro de 2021. A gente acredita que essa política tem de ser harmonizada, e o Mapa está colocando o prazo para maio de 2022. É uma prorrogação de seis meses. O objetivo é que para a gente sair da vacinação, nós temos de ter garantias,” explica Verruck.

O bloco IV, no qual o Estado está incluso, corresponde a 65% do total do rebanho brasileiro. Segundo o secretário, Mato Grosso do Sul avançou em algumas questões fundamentais. “A cobertura vacinal é de praticamente 100% e nós estamos fazendo um trabalho muito grande com os ausentes. Na segunda-feira, fomos até uma ilha no rio Paraná que era ausente, ou seja, tinha rebanho e não estava habilitada. Estamos fazendo toda uma avaliação e indo nas propriedades. Aquelas que porventura não tenham vacinado, a gente vai lá e faz a vacinação oficial, para que a gente consiga cobrir 100% do Estado com vacinação”.

INDEPENDÊNCIA

O PE-Pnefa traz a possibilidade de avanço independente de estados, ou de grupos de estados, mediante apresentação de proposta de viabilidade técnica e econômica, para validação pelo Mapa.

“A definição sobre a perspectiva de evolução dos Blocos II, III e IV é de extrema importância para o Pnefa, de forma a programar a disponibilidade de vacina contra a febre aftosa necessária para o ano de 2022, uma vez que o estoque para 2021 já está disponível”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.

O titular da Semagro confirma que há essa possibilidade de adiantar a última vacinação. Em abril e maio, o Estado terá uma auditoria para verificar os avanços em relação à sanidade animal.

“Quando tivermos essa auditoria nacional, se nós estivermos com a pontuação elevada, até podemos fazer o pedido para fazer a última vacinação em novembro de 2021. A posição hoje do Estado prevê a última vacinação em maio de 2022, com a possibilidade de uma auditoria em novembro, faríamos uma checagem nesse momento e tendo os elementos necessários a gente entraria com o pedido no Ministério da Agricultura para antecipar. Essa é a linha que estamos adotando, mas é importante que a gente continue o trabalho”, concluiu Verruck.

VACINAÇÃO

De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de MS (Iagro), a sanidade animal está diretamente ligada à abertura de novos mercados para a carne bovina. “Embora cada país importador tenha regras e condições específicas para a compra desta proteína, alguns requisitos sanitários devem ser atendidos, tanto pela indústria quanto pelos produtores rurais. O mercado é exigente e por isso cumprir com a legislação vigente e com as boas práticas de produção é determinante para elevarmos o patamar da atividade”, informou

A segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, que é obrigatória para bovinos e bubalinos, começou dia 1° de novembro. Segundo a Iagro 9 milhões de cabeças foram imunizadas no Planalto e do Pantanal.

Na região do Planalto, a vacinação é obrigatória para animais até 24 meses e foi realizada entre os dias 1° e 30 de novembro. Já no Pantanal, os rebanhos foram vacinados entre 1° de novembro e 15 de dezembro. O prazo para registrar os animais vacinados deve ser realizado no sistema da Iagro até o dia 31 de dezembro.

"Quando tivermos essa auditoria nacional se nós estivermos com a pontuação elevada até podemos fazer o pedido para fazer a última vacinação em novembro de 2021. A posição hoje do Estado prevê a última vacinação em maio de 2022”, concluiu.