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27/09/2019 às 06:30, Atualizado em 26/09/2019 às 15:02

Fim da estiagem provoca alerta para casos de dengue

Saúde espera aumento de notificações da doença transmitida por mosquito.

Apesar da diminuição das notificações de casos de dengue nos meses de junho, julho e agosto, o início do período intenso de proliferação do Aedes aegypti – mosquito que também transmite outras doenças, entre elas, zika e chikunguya – voltou a provocar alerta das autoridades de saúde em Campo Grande. Este ano, oito pessoas morreram vítimas de dengue na Capital.

A preocupação é por conta do fim do período de estiagem e do começo da primavera, que tende a ser um período mais úmido e quente, o que deixa as condições favoráveis para a reprodução do vetor.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) apontam que em junho houve 2.262 notificações. Mas a quantidade caiu 74% no mês de julho, quando foram registrados 585. Já o mês de agosto somou 162 e setembro somente 63 notificações até agora.

Conforme a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo, as notificações começaram a cair durante o inverno, que durou de 21 de junho até 23 de setembro. “Nós percebemos uma diminuição nos meses de junho, julho e mais acentuada em agosto, conforme as condições do inverno foram chegando”, disse.

Ela explicou ainda que a estiagem e a baixa umidade relativa do ar não deixam o ambiente propício para a proliferação do mosquito, que precisa de umidade e temperaturas altas.

Com a chegada da primavera, as condições climáticas no Estado mudaram, e as chuvas, apesar de fracas e rápidas, começaram a ocorrer, fazendo com que as temperaturas, que estavam chegando aos 39ºC, ficassem mais amenas.

ALERTA

No extremo-sul do Estado também foram registrados temporais com alguns prejuízos. As mudanças, com alta umidade e temperatura, deixam o ambiente favorável para a reprodução do Aedes. Atualmente, a Capital está com os menores índices de notificação de dengue, zika e chikungunya desde o início do ano, quando havia uma epidemia, mas o alerta permanece.

Para manter os índices baixos, a prefeitura estabeleceu um cronograma de ações de combate ao mosquito, em que os bairros com os maiores índices de infestação vão receber mutirões. No dia 30 deste mês, a região do Bairro Lajeado será atendida pelo Projeto Cidade Limpa.

“Também vamos continuar o trabalho de educação em saúde nas escolas e com a população, para a conscientização. [Vamos] Reforçar as medidas de controle e fazer os mutirões nos bairros, pois alguns são considerados casos graves, como na região sul”, disse a superintendente.

CUIDADOS

A principal forma para combater a proliferação das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é evitando a multiplicação do mosquito, portanto, com as chuvas ainda isoladas, deve-se aproveitar a estiagem para fazer ações que costumam demandar mais tempo, como a limpeza das calhas, das caixas-d’água e das piscinas.

Potes de água dos animais de estimação, pratos que ficam embaixo de vasos de plantas, banheiros que não são frequentemente utilizados e até brinquedos espalhados pelo quintal precisam de atenção, já que os ovos do mosquito permanecem no recipiente por até seis meses, mesmo sem água, esperando o momento exato para eclodir.

“Não pode dar chance para a doença, tem de ter cuidado em relação aos criadouros, principalmente nas casas, nos comércios e em terrenos sem ocupação, em que há o risco de as pessoas jogarem algo que pode acumular água”, disse Veruska.

Consequentemente, com a diminuição das notificações da dengue, as mortes pela doença também cessaram. O último caso é de uma criança de 5 anos, que morreu no dia 1° de maio, no auge da epidemia.

Campo Grande segue como líder em mortes pela doença, com oito confirmações, seguida por Dourados (7), Três Lagoas (3) e Coxim (2). Outros seis municípios tiveram um óbito cada: Maracaju, Ponta Porã, Costa Rica, Corumbá, Miranda e Amambai.

VÍRUS TIPO 2

Neste ano, a dengue surpreendeu com a volta do vírus tipo 2, que não circulava no Estado desde 2002. “Nós estamos em um período sazonal por conta dessa diminuição. E nós tivemos a reintrodução da dengue tipo 2. Faz bastante tempo que não circulava e a população está mais suscetível a pegar esse tipo”, alertou Veruska Lahdo. Os tipos mais comuns da doença são 1 e 3, e até então há 4 tipos.

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