Publicado em 16/05/2017 às 17:01, Atualizado em 16/05/2017 às 16:46

Fiems barra entrada de sindicalistas em audiência pública sobre as reformas

Desse total, ressaltou o senador, R$ 22 bilhões vêm de contribuições sociais que representam 3,1% da folha.

Redação,
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Divulgação

A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul – Fiems impediu a participação de sindicalistas contrários às reformas previdenciária e trabalhista no debate que promoveu ontem, aberto (?) à comunidade, para discutir os assuntos que influenciam toda sociedade. As críticas são do Comitê Estadual Contra as Reformas, formada pelas centrais sindicais (Força Sindical, CUT, CSB, CTB, NCST e UGT), além de federações e sindicatos laborais em diversas áreas.

“Certamente o senhor Sérgio Longen, presidente da Fiems, realizou esse evento para mostrar que a maioria é favorável às reformas e, quem sabe, não quis também correr o risco de levarmos à reunião a notícia, que já chegou ao Congresso Nacional, de que o sistema S (Senai, Sesi, Senac, Sesc e Sebrae) pode ser considerado o maior esquema de corrupção envolvendo dinheiro público na história recente do Brasil, como denuncia o senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO)”, afirma Elvio Vargas, um dos líderes do comitê e que foi um dos sindicalistas barrados ontem pela Fiems.

Webergton Sudário, presidente da Fetricon (Fed. dos Trab. na Construção Civil de MS), uma das três lideranças sindicais que conseguiu entrar no auditório do 6º andar da Fiems, onde estava sendo realizada a “audiência pública”, contou que outras duas sindicalistas que também estavam na reunião desceram para pegar documentos no carro e quando voltaram foram impedidas de entrar. Ela e mais de 10 outros sindicalistas foram impedidos sequer de entrar na recepção da entidade.

“Um forte e desnecessário esquema de segurança foi montado e ao que tudo indica, para impedir a entrada de sindicalistas contrários às reformas trabalhista e previdenciária”, argumentou José Abelha Neto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Campo Grande, outro barrado na entrada do prédio. “O convite foi público e o comunicado dessa entidade não impôs nenhuma restrição no comunicado que fez e que postou em seu site de notícia. Não deu para entender essa censura à vontade de uma parcela da população de se manifestar num evento dessa natureza, que trata de assuntos que dizem respeitos a todos nós”, reclamou.

José Hélio da Silva, presidente do Sinpospetro/MS e Pedro Martins, diretor dessa entidade conseguiram entrar mas não entenderam o por que dos seguranças impedirem depois a entrada de outros sindicalistas. Eles informaram que na reunião tinha lideranças sindicais patronais e outros segmentos representantes das indústrias, comércio e serviços, todos favoráveis às reformas que penalizam mais os trabalhadores brasileiros e não o empresariado.

SISTEMA S – O senador Ataídes Oliveira (PSDB-T0) questionou em plenário o destino das contribuições públicas às entidades do sistema S e criticou a falta de transparência do sistema que é o quinto maior orçamento da União, recebendo anualmente cerca de R$ 30 bilhões.

Desse total, ressaltou o senador, R$ 22 bilhões vêm de contribuições sociais que representam 3,1% da folha de pagamento do trabalhador brasileiro. E como a Câmara Federal aprovou o fim da contribuição sindical, que sustenta os sindicatos laborais de todo o país, o senador acha justo acabar também com essa contribuição compulsória ao sistema S. Ataídes Oliveira entrou com emenda nesse sentido, ao projeto de reforma que está na casa.

“Também consideramos justo acabar com essa contribuição. Além disso, é preciso que seja investigado também para saber se de fato existe mesmo esse esquema de corrupção, que segundo as denúncias, podem ser maiores que os da Petrobrás”, comentou Elvio Vargas, líder do Comitê Estadual Contra as Reformas.

Fonte: Wilson Aquino