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04/06/2020 às 06:30, Atualizado em 03/06/2020 às 22:20

Entidades fazem ato virtual a favor da liberdade de imprensa e da democracia

A presidente da Fenaj citou levantamento da organização segundo o qual a violência contra jornalistas cresceu 54% no ano passado na comparação com 2018.

Entidades representativas da imprensa e parlamentares de diferentes partidos realizaram nesta quarta-feira, dia 03 de junho, um ato virtual em defesa da liberdade de imprensa e da democracia no Brasil.

No evento, transmitido pelas redes sociais, os participantes repudiaram a escalada de ofensas e agressões contra jornalistas e demais profissionais da imprensa no exercício do seu trabalho.

Eles também destacaram a importância da imprensa livre na manutenção das instituições democráticas e criticaram declarações ofensivas à categoria feitas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Entre os debatedores, além de jornalistas, discursaram deputados e senadores do PSB, PDT, PT, Cidadania, PSOL, PC do B, PV e Rede.

Na avaliação da presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Bragas, a violência contra a imprensa “cresceu em razão de uma institucionalização da violência por meio da Presidência da República”.

A presidente da Fenaj citou levantamento da organização segundo o qual a violência contra jornalistas cresceu 54% no ano passado na comparação com 2018. O presidente Jair Bolsonaro foi sozinho responsável por 58% desses ataques, de acordo com o mapeamento.

Ainda segundo a Fenaj, nos primeiros quatro meses de 2020, o presidente desferiu 179 ataques à imprensa e a jornalistas. “Isso é particularmente muito grave”, afirmou Bragas.

Para ela, a democracia brasileira “está fragilizada” e “com fendas que precisam ser curadas muito rapidamente”.

O presidente da Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos (Abraji), Marcelo Träsel, também se manifestou na mesma linha e disse que a democracia nunca esteve sob tanto risco no Brasil desde a redemocratização.

Träsel repudiou as agressões físicas que os jornalistas têm sofrido. “São inaceitáveis numa democracia e cabe ressaltar que, em momento algum, o presidente condenou essas agressões”, disse.

O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Jeronimo, também criticou os ataques a jornalistas.

Ele lembrou ainda que no dia 1º de junho foi celebrado o Dia da Imprensa, mas que não houve “muita coisa a ser comemorada na data”. Jeronimo disse que 60 jornalistas já morreram de coronavírus em uma “guerra sanitária tão mal-conduzida pelo governo federal”.

'Calar a imprensa é calar a sociedade'

Líder da Oposição na Câmara, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) ressaltou que "não existe democracia sem imprensa livre". Ele ponderou que quem critica a imprensa "sempre vai se indignar com o antagonismo que está presente na diversidade de opiniões e no Brasil não está sendo diferente".

Em nome da bancada petista na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o evento representava mais do que um ato de solidariedade à imprensa, mas também de protesto e denúncia.

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) também fez uma defesa veemente da imprensa. "Calar a imprensa é calar a sociedade", disse.

Para o deputado Professor Israel Batista, "os ataques à imprensa estão no mesmo rol dos ataques às instituições democráticas", incluindo os ataques à ciência.

"São a consagração do obscurantismo e da sanha autoritária desse governo. Eles querem normalizar o absurdo e o pior, eles estão conseguindo", afirmou.

Fonte - G1

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