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14/09/2020 às 07:01, Atualizado em 13/09/2020 às 19:01

Desmatamento no Pantanal contribui para redução da população de arara-azul, alerta estudo

Árvores que servem de ninho e de alimentação para espécie estão desaparecendo

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Divulgação

Estudo desenvolvido por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em parceria com o Instituto Arara-Azul, mostra que o desmatamento no Pantanal está prejudicando a preservação da arara-azul, um dos maiores símbolos da fauna pantaneira.

Conforme a professora do Instituto de Biologia da UFMS, Letícia Couto Garcia, o problema é a redução da presença de espécies que servem como ninho e alimento dessas aves. É o caso da sterculia apetala, o manduvi, pois “é a espécie escolhida em 90% das vezes pela arara-azul para nidificar, para cavar o buraquinho e fazer seu ninho. Está ocorrendo o declínio populacional dessa espécie e isso provavelmente vai afetar a população das araras-azuis”, explica a pesquisadora.

Além do manduvi, outra espécie essencial para a sobrevivência da arara-azul, a attalea phalerata, palmeira conhecida como acuri, também está sofrendo com o avanço do desmatamento no Pantanal. Enquanto o manduvi é a casa da arara-azul, a acuri é a principal fonte de alimentação da ave. “Cerca de 94% das vezes que ela se alimenta é dos frutos da acuri, a attalea phalerata, que é uma palmeira. Então, a arara-azul é muito dependente dessas duas espécies de vegetais”, destaca Letícia.

Arco do desmatamento

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram também uma publicação recente do doutorado da pesquisadora Angélica Guerra, que detectou um arco do desmatamento.

Segundo a pesquisadora, o arco do desmatamento abrange o corredor da borda leste do Pantanal, que compreende Corumbá, Coxim, Sonora e Rio verde. “A gente tem a população do norte da arara-azul e a população do sul da arara-azul, que é dividida por essa grande região do Paiaguás. Essas duas populações de arara para elas se comunicarem, elas precisam de corredores, ou seja, o corredor da borda leste e o corredor da borda oeste. Mas, o corredor da borda leste está pegando o arco do desmatamento”, alerta.

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