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10/02/2017 às 18:00, Atualizado em 10/02/2017 às 16:13

Defesa de PRF quer notas de consumo de Adriano em boate durante um ano

Foram arroladas oito testemunhas de defesa, sendo uma moradora em Mogi Guaçu (São Paulo) e debe ser ouvida por meio de carta precatória.

A defesa do policial rodoviário federal que matou um comerciante após briga de trânsito quer que seja anexado ao processo as notas de consumo do morto nos últimos doze meses na boate Non Stop, onde Adriano Correia do Nascimento, 32 anos, estava antes da confusão.

O pedido do advogado Renê Siufi, que atua na defesa do policial Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, consta em documentos anexados ontem ao procedimento que tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande. Siufi não explica a solicitação. “Depois, vocês vão saber, mas só depois”, diz. As notas ou comprovantes de cartão de crédito devem datar de 12 meses antes do crime.

Foram arroladas oito testemunhas de defesa, sendo uma moradora em Mogi Guaçu (São Paulo) e debe ser ouvida por meio de carta precatória. “Trabalhou com ele e vai falar sobre o trabalho”, afirma Siufi.

Não foi chamado colega da PRF, onde o policial atua há seis meses, depois que veio da Polícia Civil de São Paulo. Conforme o advogado, há uma “oceânica distância”entre a realidade e a acusação. A defesa ainda destaca que o acusado agiu dentro das normas legais.

O passado de Adriano do ponto de vista processual também foi anexado à ação. A defesa de Moon incluiu documentos sobre furto de energia elétrica em um restaurante do comerciante em julho de 2012.

Dois anos depois, em julho de 2014, o processo foi suspenso mediante acordo, com validade de dois anos, que previa quitação de débito e regras de conduta, como não frequentar bares, boates e similares de reputação duvidosa, além de não consumir bebida alcoólica. As regras eram válidas até julho de 2016.

Também foram anexadas cópias de dois TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) com denuncias de funcionárias contra Adriano. Os dois são datados de 26 de julho de 2016. Um é de via de fato, registrado por uma garçonete. O segundo foi de uma cozinheira, que relatou ser chamada de ladra.

Em ambos os casos, elas alegam que foram vítimas de suspeitas infundadas por parte do comerciante. Ainda foram anexadas reportagens sobre as mortes de um policial militar e do apontado como autor do crime. Alguns testemunhas do crime em que Adriano foi morto estavam no velório do apontado de matar o PM.

A defesa ainda anexou matéria sobre a morte de agente de trânsito atropelado por um porshe na Paraíba durante operação Lei Seca.

De novo - O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida determinou que Ricardo Moon preste novo depoimento à Polícia Civil. A medida é para colher novas declarações do acusado, especificamente sobre as divergências acerca de vestimenta, desde o momento dos disparos até sua apresentação na delegacia, e sobre os detalhes de como foi feito o trajeto (em que viatura, forma de escolta ).

Adriano, que conduzia uma caminhonete Toyota Hilux, foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel. Na versão do policial, que era lotado em Corumbá e seguia em um Mitsubishi Pajero para a rodoviária, o condutor da Hilux provocou suspeita pela forma que dirigia e fez a abordagem após ter sido fechado. Nos depoimentos, ele reforçou que sempre se identificou como policial.

Ricardo Moon foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete. A denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) chegou dia 23 de janeiro à 1ª Vara do Tribunal do Júri .

O PRF foi preso em 31 de dezembro e solto no dia seguinte. No dia 5 de janeiro, voltou a ser preso e deixou a prisão no dia primeiro de fevereiro. No dia do crime, ele trajava apenas a calça da farda policial. Mas, ao chegar à Depac Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) estava com o uniforme completo.

Fonte - Campograndenews

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