Publicado em 28/06/2020 às 10:30, Atualizado em 27/06/2020 às 23:25

Defesa de blogueiro bolsonarista preso em Campo Grande diz que ele não cometeu crime

A ordem de prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do inquérito que apura a captação de recursos para atos que defendem o fechamento do Congresso e do tribunal.

Redação,
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Foto - reprodução YouTube

A defesa do blogueiro e jornalista Oswaldo Eustáquio, preso pela Polícia Federal em Campo Grande na sexta-feira (26), disse que ele não cometeu crime e muito menos tentou deixar o Brasil. Ele é investigado no âmbito que apura o financiamento de atos antidemocráticos.

Segundo o advogado Gustavo Moreno, a prisão de Eustáquio pode estar ligada à motivação política e ainda ressalta que o blogueiro foi alvo de censura e intimidação. Ele ainda afirma que o cliente é um jornalista diplomado e espera o apoio e um posicionamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

A ordem de prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do inquérito que apura a captação de recursos para atos que defendem o fechamento do Congresso e do tribunal.

A TV Globo apurou que, nos monitoramentos, a Polícia Federal identificou que nos últimos dias Eustáquio esteve no município de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, e foi identificado risco de fuga. Por isso, a PF pediu a prisão do jornalista ao ministro do STF.

Ainda de acordo com a defesa, em nenhum momento Eustáquio cometeu crime e muito menos mostrou risco de deixar o Brasil. Gustavo reforçou que o jornalista foi preso em Campo Grande depois de visitar uma tia dele que reside em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Por conta da fronteira estar fechada devido à pandemia, o jornalista não chegou a ultrapassar a linha internacional e permaneceu do lado brasileiro, em Ponta Porã. A duas cidades são separadas por uma rua, por conta do fechamento da fronteira, agora tem uma cerca de arame farpado.

“Ele nem chegou a atravessar a fronteira porque o Paraguai está fechado. Ele só foi ali [fronteira] para visitar a tia e depois foi preso quando já estava em Campo Grande. Então, não tem cabimento de falar que ele queria deixar o país”, explica.

Ainda de acordo com a defesa, o jornalista pode ter sido preso por conta de censura e também por questão de querer intimidá-lo por forçá-lo a quebrar o sigilo de fontes que é tão respeitado pela liberdade e pelo o direito que os jornalistas têm.

A prisão é temporária e tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco.

Fonte G 1 MS