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07/05/2017 às 12:45, Atualizado em 07/05/2017 às 16:54

Conto escrito Felipe Pereira: A GAROTA NA CHUVA

Eu estava parado enquanto a chuva gélida do outono molhava cada parte do meu ser. Fiquei um longo tempo com a cabeça levantada, os olhos fechados enquanto a chuva agraciava minha face. Estendi meus braços. Estava me sentindo vivo com as gotas que limpavam não só meu corpo, mas minha alma também.

Aconteceu tão de repente que eu nem tive tempo de reagir. Uma moça havia esbarrado em mim. Eu nem percebi quando ela chegou com o guarda-chuva preto cobrindo parcialmente sua visão, impedindo a garota de enxergar direito. Então ela simplesmente esbarrou em mim.

Fiquei observando-a por longos segundos. Ela tinha olhos verdes e intensos, como uma floresta silvestre. Seus cabelos negros como a noite escorriam lisos pelos ombros. Sua pele era branca. Eu a encarei. Estava paralisando com aquela beleza que emanava dela. A chuva havia banhado ela quando abaixou o guarda-chuva. Ela me contemplava do mesmo modo que eu a olhava.

O silêncio pairou sobre nós. Estávamos completamente molhados. Era um silêncio acolhedor, morno e lindamente estranho. Esse silêncio foi quebrado quando ela falou: Desculpa! A voz da garota chegou aos meus ouvidos como uma canção. Ela me olhava com constrangimento e corava levemente. Continuei calado. As palavras fugiram de mim. Apenas prestei atenção vendo-a partir. Ela passou por mim, a chuva já estava se acalmando.

Com uma última olhada para o lugar onde eu me encontrava, ela dobrou a esquina e sumiu de vista. Eu nunca soube o nome dela. Nunca mais a vi. Mas eu sabia desde que vi aqueles lindos olhos verdes, que havia me apaixonado pela garota na chuva.

Autor: Felipe Pereira

Ele é acadêmico de ciências contábeis e Morador de Nova Andradina.

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